Hoje na Economia – 04/02/2022
O foco estará voltado para os Estados Unidos, nesta sexta-feira, onde será divulgado o relatório de emprego referente a janeiro. Os dados sobre o mercado de trabalho no primeiro mês do ano, usualmente são marcados por uma sazonalidade desfavorável, que, desta vez, acusará também o impacto negativo da disseminação da variante ômicron do coronavírus. Desta forma, muito provavelmente os dados não vão refletir fielmente uma realidade que vem sendo marcada por escassez de mão de obra e pressões salariais. Segundo o consenso, a economia americana deve ter criado 125 mil novas vagas em janeiro, recuando frente ao dado de dezembro, que mostrou criação líquida de 199 mil postos. A taxa de desemprego deve se manter em 3,9%. A remuneração média por hora trabalhada deve subir de 4,7% a/a em dezembro, para 5,2% a/a com o dado de janeiro.
Na Ásia, as bolsas fecharam a semana mostrando o melhor desempenho desde setembro, impulsionada por um forte rali no mercado acionário de Hong Kong em sua volta à atividade após o feriado do ano novo lunar. O índice Hang Seng subiu 3,24%, nesta sexta-feira, impulsionado por ações do setor de tecnologia, com destaque para Alibaba e Meituan. O índice regional MSCI Asia Pacific fechou com alta de 0,90%, com setor de tecnologia estimulado pelos bons resultados corporativos divulgados pela Amazon. Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei subiu 0,73% em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 1,57% em Seul. Os mercados da China e Taiwan permaneceram fechados por conta do feriado do ano novo lunar.
As bolsas europeias operam sem um denominador comum, buscando se recuperar da queda de ontem, após as decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE). O índice pan-europeu de ações esboçou uma alta na abertura, mas sucumbiu às realizações e opera no vermelho, recuando 0,14%, no momento. Em Londres, o FTSE 100 sobe 0,61%, sendo acompanhado pelo CAC40 que avança 0,15% em Paris. Em Frankfurt, o DAX cai 0,61%, apesar de as encomendas industriais na Alemanha terem subido 2,8% em dezembro ante o mês anterior, superando as projeções do mercado (+0,3%).
A postura considerada mais hawkish do BCE e do BoE, em suas decisões de política monetária no encontro de ontem, provocou a elevação global dos juros dos principais títulos soberanos, com destaque para os bonds americano, inglês e alemão. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos subiu de 1,77% para 1,83% ao ano, estabilizando nesse patamar, nesta manhã. Por outro lado, o índice DXY permanece em queda, estendendo as perdas acumuladas na semana. O euro sobe para US$ 1,1454/€ (+0,12%), enquanto a libra desvaloriza 0,18%, para US$ 1,3576/£. Os índices futuros das bolsas de Nova York exibem altas significativas, com destaque para o Nasdaq, que avança 1,66%, estimulado pela Amazon que divulgou lucro trimestral maior do que o esperado no final da tarde de ontem. O futuro do índice Dow Jones sobe 0,34%, enquanto o S&P 500 avança 0,81%, no momento.
Os contratos futuros do petróleo operam em alta na manhã desta sexta-feira, ampliando os ganhos dos últimos dias. As razões para esse desempenho encontram-se nas preocupações em relação aos desdobramentos das tensões geopolíticas entre Ucrânia e Rússia, fator que pode comprometer a oferta da commodity. O contrato futuro do petróleo tipo WTI, para março, é negociado a US$ 91,36/barril, valorizando 1,20%, no momento.
Diante de uma agenda interna esvaziada, os mercados domésticos acompanharão a divulgação do relatório de emprego dos EUA para definir uma tendência para hoje. Ademais, o Ibovespa deve embarcar no otimismo espelhado pelo bom desempenho do futuro do Nasdaq, na esteira dos bons resultados divulgados pela Amazon. O real deve voltar a mostrar algum ganho ante à moeda americana, enquanto os juros futuros devem continuar recuando.