Hoje na Economia – 24/02/2022

Hoje na Economia – 24/02/2022

Os principais mercados internacionais operam sob forte aversão ao risco, nesta quinta-feira, após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenar um ataque militar sobre o leste da Ucrânia, no intuito de proteger o território de Donbass (Donetsk e Luhanski). As bolsas registram quedas significativas, enquanto o petróleo tipo Brent sobe acima de US$ 100/barril, os preços dos Treasuries sobem na busca por segurança e o dólar dispara frente às principais moedas.

Na Ásia, as bolsas locais acentuaram a queda após o presidente Putin ter ordenado o ataque armado à Ucrânia, resultando em significativas perdas, nesta quinta-feira. O índice MSCI Asia Pacific apurou queda de 2,5%, voltando para o menor nível desde dezembro de 2020. O aumento dos riscos geopolíticos ocorre em meio a temporada de balanços e diante de temores sobre novas ofensivas regulatórias do governo chinês. Ações do setor financeiro e de tecnologia estão entre as que contabilizaram as maiores perdas, com a Alibaba Group Holding Ltd, caindo mais de 6% nesta quinta-feira, dia em que deve divulgar os resultados do 4º trimestre. O índice Hang Seng caiu 3,21% em Hong Kong, liderando as perdas na região. Na China, o índice Xangai Composto recuou 1,70%; enquanto o sul-coreano Kospi cedeu 2,60% em Seul. No Japão, o índice Nikkei registrou queda de 1,81%, na volta do feriado de ontem. Em Taiwan, o Taiex teve queda de 2,55%.

O presidente do EUA, Joe Biden, prometeu intensificar as sanções à Rússia em sua conversa com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, enquanto na Europa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a União Europeia responderá com sanções amplas e direcionadas contra o governo russo.

Houve escalada nos preços do petróleo e do gás natural, diante do temor de paralisação das exportações russas. O petróleo tipo Brent superou os US$ 100/barril, enquanto o contrato futuro do produto tipo WTI registra alta 6,68%, cotado a US$ 98,27/barril. Na busca de porto seguro, o juro pago pelo T-Bond de 10 anos caiu oito pontos base, para 1,91% ao ano, com investidores deixando em segundo plano as preocupações com a política monetária do Fed. O índice DXY do dólar sobe 0,45%, situando-se em 96,62 pontos, com fortes altas não só diante das divisas dos países avançados, como também dos emergentes. O euro é negociado a US$ 1,1245/€, desvalorizando 0,55% no momento, enquanto a libra vale US$ 1,3462/£ perdendo 0,62%. O rublo russo registrou a maior queda na história frente à moeda americana, levando o banco central da Rússia a intervir no mercado. A moeda japonesa, por sua vez, valoriza 0,24%, cotada a 114,74 ¥/US$, reflexo da busca por segurança. Os principais índices futuros das bolsas de Nova York exibem fortes quedas, nesta manhã, apontando para mais um dia de perdas para Wall Street. O futuro do índice Dow Jones registra queda de 1,73%; S&P 500 recua 1,59%; Nasdaq desvaloriza 2,20%. A agenda de hoje contempla a divulgação da segunda leitura do PIB americano do 4º trimestre, bem como as manifestações de dirigentes do Fed, que perdem a importância diante do agravamento da crise política no leste europeu.

Na Europa, as bolsas mergulham no vermelho. As atenções dos investidores estão totalmente voltadas para o desenrolar do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, deixando em segundo plano a divulgação de balanços de grandes empresas, como AB InBev, Telefónica, Anglo American e Lloyds. No momento, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, exibe queda de 2,53%. Em Londres, o FTSE100 perde 2,28%; o CAC40 recua 2,90% em Paris; em Frankfurt, o DAX desvaloriza 3,08%.

Neste dia de forte aversão ao risco, o Ibovespa deve abrir em queda, à semelhança do que ocorre com as principais bolsas internacionais. O dólar deve voltar a subir ante ao real e os juros futuros operarem em alta. Na agenda econômica, o IBGE divulga a taxa de desemprego apurada pela pesquisa PNAD Contínua, que no trimestre terminado em dezembro deve ter ficado em 11,2% (11,6% em novembro).

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