Hoje na Economia – 04/03/2022
Os investidores operam com cautela os negócios nesta manhã. Acompanham os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia, que diante do impasse nas mesas de negociações, caminham para confirmar um cenário de mais inflação e baixo crescimento econômico. O petróleo permanece acima de US$100/barril, o ouro segue em alta e os juros dos bonds operam em níveis mais baixos diante da intenção dos bancos centrais de acomodar parte das pressões inflacionárias no curto prazo.
Apesar das preocupações com questões geopolíticas, os investidores deverão acompanhar a divulgação do relatório de emprego dos EUA, previsto para às 9h30, neste momento em que o Fed se prepara para iniciar o aperto monetário. Em fevereiro, o ritmo de criação de vagas manteve o padrão condizente com a robustez apresentada pelo mercado de trabalho americano nos últimos meses, segundo as projeções do mercado. Os analistas projetam criação líquida de 423 mil postos de trabalho no mês, ligeiramente abaixo dos 467 mil registrados em janeiro. A taxa de desemprego deve recuar para 3,9% em fevereiro, contra 4,0% no mês anterior.
Ao longo do overnight, os ataques russos sobre uma usina nuclear ucraniana acirraram a aversão ao risco, levando a uma corrida para ativos considerados mais seguros, como os Treasuries. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos chegou a recuar para 1,68% ao ano, quando foi divulgada a notícia sobre o ataque, recuperando-se à medida que o fato se mostrou menos grave do que se supunha. No momento, o yield desse título flutua em torno de 1,80% ao ano. O dólar amplia a valorização dos últimos dias, reforçado pelo ambiente de maior risco. O índice DXY do dólar sobe 0,30%, situando-se em 98,08 pontos. O euro desvaloriza 0,47%, cotado a US$ 1,1013/€, enquanto a libra se deprecia 0,30%, negociada a US$ 1,3310/£. Para o mercado de ações, as expectativas não são favoráveis, tomando por base os índices futuros das bolsas de Nova York que operam em baixa, nesta manhã. No momento, o futuro do Dow Jones recua 0,51%; S&P 500 perde 0,67%; Nasdaq desvaloriza 1,62%.
Na Ásia, o ataque russo a usina nuclear na Ucrânia acirrou a aversão ao risco, levando as bolsas da região a registrar quedas generalizadas. O índice MSCI Asia Pacific fechou com baixa de 1,6% na sessão desta sexta-feira. No Japão, o índice Nikkei recuou 2,23% em Tóquio, enquanto o Hang Seng perdeu 1,22% em Hong Kong. Na China, o índice Xangai Composto teve queda de 0,96%; o sul-coreano Kospi recuou 1,22%; em Taiwan, o Taiex registrou baixa de 1,10%.
Na Europa, as bolsas operam majoritariamente em baixa, após as notícias sobre o ataque russo em uma usina nuclear na Ucrânia. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, recua 1,44%, no momento. Em Londres, o FTSE100 perde 1,46%; o CAC40 cai 2,17% em Paris; em Frankfurt o DAX desvaloriza 2,05%. Na agenda econômica, sem divulgações relevantes no front corporativo, os investidores deverão acompanhar os dados sobre as vendas no varejo da zona do euro e o relatório de emprego dos EUA.
As cotações de petróleo voltaram a exibir ganhos nesta manhã, após perderem mais de 2% com a notícia sobre o ataque russo a uma usina nuclear ucraniana. No momento, o contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 108,25/barril, com alta de 0,51%.
A aversão ao risco que toma conta dos mercados internacionais nesta manhã deve contaminar os ativos brasileiros, principalmente o Ibovespa, que deve abrir em queda acompanhando os futuros americanos. O real deve continuar se beneficiando do ingresso de capitais externos, o que pode levar o dólar a cair abaixo de R$ 5,00, nesta sexta-feira. Na agenda doméstica, o IBGE divulga o PIB do 4º trimestre, que deve crescer 0,1% diante do trimestre anterior e 1,1% frente a igual período de 2020. Com essas projeções, a expansão do PIB ficaria 4,5% em 2021.