Hoje na Economia – 17/03/2022

Hoje na Economia – 17/03/2022

As principais bolsas internacionais operam sem direcional único, nesta manhã de quinta-feira. Os investidores repercutem as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, de que a economia americana se mostra robusta, devendo suportar o aperto monetário sem escorregar para a recessão. O Fed subiu a taxa básica de juros em 0,25 p.p. e se comprometeu com mais seis altas neste ano. Progressos nas conversações entre a Rússia e Ucrânia, possibilitando por um fim negociado ao conflito, também ajudam o sentimento dos mercados.

Na Ásia, as bolsas locais operaram com altas firmes pelo segundo dia consecutivo. Um Fed confiante na economia americana diante do início do ciclo de aperto monetário, apoio do governo da China ao mercado de capitais chinês e progressos nas conversações entre Ucrânia e Rússia sedimentaram o caminho para alta nas bolsas asiáticas. As ações do setor de tecnologia foram os destaques na valorização de 2,8% registrado pelo índice MSCI Asia Pacific, no pregão de hoje. O Hang Seng liderou os ganhos na Ásia, com avanço de 7,04% em Hong Kong, enquanto na China, o índice Xangai Composto subiu 1,40%. Em Tóquio, o Nikkei registrou alta expressiva de 3,46%; enquanto o sul-coreano Kospi avançou 1,33% em Seul e em Taiwan, o Taiex valorizou 3%.

Na Europa, a maioria das bolsas operam em alta, nesta manhã. Além de repercutir a decisão do Fed, que elevou o juro básico da economia e se comprometeu com mais seis altas neste ano, os investidores aguardam pela decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE) que deve subir a sua taxa de juros de referência em 0,25 p.p. conforme expectativa do mercado. Os dados finais da inflação ao consumidor da zona do euro confirmaram a alta anual de 5,1% em fevereiro, recorde histórico. No momento, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, exibe alta de 0,37%. Em Londres, o FTSE100 sobe 0,30%; em Paris, o CAC40 avança 0,28%. Em Frankfurt, o DAX opera com queda marginal de -0,04%.

No mercado americano, o juro do Treasury de 10 anos recuou quatro pontos base, para 2,15% ao ano. Jerome Powell, após o anúncio da alta de 0,25 p.p. nas taxas dos Fed Funds, afirmou sua convicção de que a economia americana está muito forte e pode suportar o aperto monetário. Por outro lado, a curva de yield, captada pelo “gap” entre o T-Bond de 10 anos e o de 5 anos, ficou invertida pela primeira vez desde 2020, num sinal de que o esforço do Fed em combater a inflação pode levar a economia americana para a recessão. O índice DXY do dólar opera em baixa nesta manhã, recuando -0,33%, situando-se em 98,30 pontos. O euro é cotado a US$ 1,1043/€, com alta marginal de 0,07%; a libra é negociada a US$ 1,3178/£, valorizando 0,22%. Os índices futuros das principais bolsas de ações de Nova York operam no vermelho no momento, em meio a movimentos de altos e baixos sem direcional claro. O índice futuro do Dow Jones registra queda de -0,06%; S&P 500 recua -0,15%; Nasdaq perde -0,20%.

No mercado de commodities, o índice geral de commodity Bloomberg mostra alta de 1,13% nesta manhã, refletindo principalmente a recuperação do petróleo. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para abril sobe 3,81%, cotado a US$ 98,59/barril, em meio a especulações de que as sanções contra a Rússia poderão persistir mesmo com o final da guerra na Ucrânia.

No mercado doméstico, além de repercutir a decisão de política monetária do Fed, os investidores vão reagir à decisão do Copom, que elevou a Selic para 11,75% como esperado, mas deixou um comunicado que se presta a diferentes interpretações. Na agenda econômica, o BCB divulga o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de janeiro, que deve ter recuado -0,1% m/m e avançado 0,7% a/a, segundo o consenso do mercado. Nos mercados, o Ibovespa deve abrir em alta moderada; o real se apreciar e os juros futuros se ajustarem à expectativa de continuidade do aperto monetário.

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