Hoje na Economia – 30/03/2022
As principais bolsas internacionais operam em baixa, nesta manhã de quarta-feira, com os investidores decepcionados pela falta de avanços concretos nas negociações entre Rússia e Ucrânia, na busca de um acordo que encerre o conflito entre os dois países.
Na Ásia, o anúncio de que a Rússia iria recuar as suas posições militares, se afastando de Kiev, contribuiu para que os investidores mantivessem o apetite ao risco, o que sustentou a alta das bolsas da região pelo segundo dia consecutivo. O índice regional MSCI Asia Pacific subiu 0,50% na sessão de hoje. O destaque de alta coube a China, onde o índice Xangai Composto valorizou 1,96%, enquanto o Hang Seng avançou 1,39% em Hong Kong, com destaque para ações das empresas de tecnologia. No Japão, o fortalecimento do iene, após ter atingido o menor nível ante ao dólar em seis anos, prejudicou as ações das exportadoras, o que levou o índice Nikkei a registrar queda de 0,80% nesta quarta-feira. O sul-coreano Kospi mostrou alta marginal de 0,21% em Seul; enquanto em Taiwan, o Taiex teve ganho de 1,09%.
Os mercados europeus abriram em baixa, com investidores desapontados diante da falta de progressos nas conversações entre russo e ucranianos na busca de uma solução para o conflito que já se estende por mais de um mês. A Alemanha ativou um plano de emergência para assegurar o fornecimento de gás natural caso o fornecimento da Rússia seja totalmente interrompido. A Espanha, por sua vez, registrou a maior inflação ao consumidor em quatro décadas. O índice de sentimento econômico da zona do euro, que mede a confiança dos setores corporativos e dos consumidores, caiu de 113,9 pontos em fevereiro para 108, 5 em março, reflexo da guerra na Ucrânia. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra queda de 0,60%, no momento. Em Londres, o índice FTSE100 tem alta discreta de 0,07%; o CAC40 cai 0,80% em Paris, enquanto em Frankfurt, o DAX desvaloriza 1,24%.
No mercado de títulos americanos, o Treasury de 10 anos declinou três pontos base para 2,37%, enquanto o T-Note de dois anos recuou para 2,33% ao ano. Por breves momentos, tem se observado a inversão da curva de yield, com dois anos superando 10 anos, num sinal de recessão à frente, mas que é colocado em dúvida quanto à sua capacidade de previsão diante de anos de fortes estímulos monetários através de fortes compras de títulos pelo Fed. O dólar mostra forte recuo, nesta manhã. O índice DXY do dólar cai 0,58%, no momento, situando-se em 97,84 pontos. O euro se aprecia, voltando para o maior nível em quatro semanas, cotado a US$ 1,1155/€, valorizando 0,61%; a libra é negociada a US$ 1,3157/£, subindo 0,50%. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa, com investidores atentos aos desdobramentos das últimas negociações de paz entre Ucrânia e Rússia. O futuro do índice Dow Jones registra queda de 0,22%; S&P 500 recua 0,31% e o Nasdaq desvaloriza 0,42%. Na agenda econômica, será divulgada a leitura final do PIB do 4º trimestre e a folha de pagamento privado pela ADP, que deve mostrar a criação líquida de 450 mil vagas em março.
As commodities operam em alta nesta manhã. O índice geral de commodity Bloomberg sobe 1,12%, com destaque para as alimentares e de energia (gás e petróleo), impulsionadas pela baixa esperança de que se chegue a uma rápida solução negociada para a guerra na Ucrânia. O contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 106,54/barril, com alta de 2,21%.
Na agenda doméstica, a FGV divulga o IGP-M de março, que deve mostrar alta de 1,47% no mês e de 14,46% em doze meses, segundo o consenso do mercado. Será conhecido o resultado primário do Governo Central que deve exibir déficit de R$ 19,3 bilhões, segundo os analistas de mercado. Diante de um ambiente externo não muito propício ao risco, o Ibovespa pode abrir em baixa, devolvendo parte dos ganhos recentes. A alta das commodities pode favorecer o real, e os juros futuros devem reagir à inflação captada pelo IGP-M.