Hoje na Economia – 22/04/2022
Nesta sexta-feira, os negócios começaram com forte movimento de vendas dos Treasuries, futuros de ações americanos sugerindo continuidade da queda de ontem e o dólar em alta. Reflexo do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no FMI no dia de ontem, quando reiterou a possibilidade de intensificar o aperto monetário, não descartando várias altas de 50 pontos base nas próximas reuniões, o que acentuou as preocupações dos investidores com o crescimento da maior economia do mundo.
Na Ásia, a maioria das bolsas de ações fechou em baixa, seguindo as quedas de Wall Street no pregão de ontem. O índice MSCI Asia Pacific registrou perda de 1,2% na sessão de hoje, recuando para o menor nível em um mês. As maiores baixas foram observadas nas ações de tecnologia, prejudicadas pela alta dos yields dos Treasuries, elevando o custo de reter esses papéis. Repercutindo a postura mais hawkish do presidente do Fed, as bolsas japonesas lideram as quedas na região. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 1,63%, enquanto o iene continua perdendo valor ante a moeda americana. Na China, o índice Xangai Composto apurou ganho modesto de 0,23%. Em Hong Kong, as preocupações com a exclusão de novas empresas de tecnologia da lista das companhias autorizadas a fazerem negócios nos EUA derrubaram a bolsa local, levando o Hang Seng a fechar em baixa de 0,21%, completando quatro sessões seguidas no vermelho. O sul-coreano Kospi cedeu 0,86% em Seul e o Taiex perdeu 0,60% em Taiwan.
Na Europa, a conjunção dos efeitos decorrentes da sinalização de mais aperto monetário pelo presidente do Fed, as proximidades das eleições presidenciais na França e os desdobramentos da guerra na Ucrânia empurram os investidores para a defensiva, levando a uma redução nas posições compradas em bolsas para o fim de semana. A divulgação de indicadores econômicos melhores do que o esperado não foi suficiente para melhorar o humor dos investidores. O índice de gerentes de compras (PMI) composto, que engloba os setores industrial e de serviços, subiu de 54,9 em março para 55,8 em abril, atingindo o maior nível em sete meses. No momento, o índice pan-europeu de ações STOXX600 registra queda de 1,02%. Em Londres, o FTSE100 cai 0,53%; em Paris, o CAC40 recua 1,33%; em Frankfurt, o Dax desvaloriza 1,36%.
No mercado americano, os futuros das bolsas de Nova York operam em baixa, nesta manhã, sugerindo a continuidade da queda dos mercados à vista verificado na sessão de ontem, após a fala de Jerome Powell reforçando a intenção de o Fed acelerar o aperto monetário. No momento, à espera da divulgação dos balanços corporativos previstos para hoje – destaque para American Express – o futuro do Dow Jones recua 0,14%; S&P 500 cai 0,26%; Nasdaq registra queda de 0,10%. O juro pago pelo Treasury de dois anos sobe 7 pontos base, para 2,75%, enquanto o título de 10 anos avança 5 pontos base, para 2,95% ao ano. O índice DXY do dólar sobe 0,41% nesta manhã, situando-se em 100,99 pontos, refletindo, principalmente, a queda 1,12% da libra, cotada a US$ 1,2882/£ e do euro, cotado a US$ 1,0804/€, se desvalorizando 0,28%.
Os contratos futuros do petróleo operam em baixa nesta manhã, devolvendo parte dos ganhos auferidos na sessão de ontem. O contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 101,88/barril, com queda de 1,85%
Na bolsa brasileira, o Ibovespa deve abrir em queda, se ajustando ao recuo de 2,63% do índice EWZ ontem em Nova York, após a fala hawkish de Jerome Powell. Ademais, a reação do presidente Bolsonaro concedendo perdão ao deputado Daniel Silveira logo após a sua condenação pelo STF reacende o confronto entre os poderes Executivo e Judiciário, elevando a temperatura política, alimentando a aversão ao risco. O dólar deve subir, como também a parte longa da curva de juros futuros.