Hoje na Economia – 09/05/2022
A semana começa com clara aversão ao risco estampada nos principais ativos, derrubando os preços das ações, commodities e fortalecendo o dólar na busca por ativos considerados seguros. Os investidores permanecem preocupados com os impactos das políticas monetárias fortemente restritivas praticadas pelos principais bancos centrais e os efeitos sobre o crescimento econômico global das duras medidas de isolamento adotadas na China no combate ao covid-19
Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em baixa, completando seis dias de quedas seguidas. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific, caiu 1,5% na sessão desta segunda-feira. Pesaram também sobre o sentimento dos investidores os fracos dados sobre as exportações da China, que dão sinais de desaceleração, atingindo o menor nível em quase dois anos, reforçando temores sobre a perspectiva da economia global. Em abril, as exportações chinesas cresceram 3,9% em relação a igual mês do ano passado, recuando ante o avanço de 14,7% visto em março, em mais um indício de que a política de tolerância zero de Pequim contra a covid-19 segue gerando efeitos negativos sobre a dinâmica da economia chinesa. O índice Xangai Composto fechou com alta modesta de 0,09% no pregão de hoje. No Japão, o índice Nikkei teve queda de 2,53% na bolsa de Tóquio; o sul-coreano Kospi recuou 1,27% em Seul; em Taiwan, o Taiex registrou baixa de 2,19%. Em Hong Kong, a bolsa permaneceu fechada por conta de feriado.
O sentimento de aversão ao risco ganhou força nos mercados globais após os dados divulgados nos EUA na sexta-feira reforçarem a robustez do mercado de trabalho americano, acentuando as expectativas de que o Fed deve executar um agressivo aperto monetário ao lado de uma rápida redução de seu balanço. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos subiu cinco pontos base, para 3,18% ao ano. O dólar permanece no patamar mais elevado dos últimos dois anos diante da cesta de seis moedas fortes, representadas no índice DXY, que sobe 0,33%, no momento, para 104,0 pontos. O dólar sobe a 131,20 ienes; enquanto o euro cai a US$ 1,0514/€ e a libra recua para US$ 1,2284/£. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa, nesta manhã, sugerindo que Wall Street vai ampliar as perdas da semana passada. O futuro do Dow Jones recua 1,30%; S&P 500 cai 1,67%; Nasdaq tem queda de 1,84%. Os investidores devem acompanhar os comentários de dirigentes do Fed e dados de inflação dos EUA, que serão divulgados nos próximos dias.
As bolsas europeias acompanham a trajetória de queda das bolsas asiáticas e futuros americanos, exibindo perdas significativas, nesta manhã. O índice pan-europeu de ações, STOXX 600, registra baixa de 1,54%. Em Londres, o FTSE100 perde 1,22%; em Paris, o CAC40 recua 1,47%; em Frankfurt, o DAX desvaloriza 1,12%
No mercado de commodities, o índice geral de commodity Bloomberg registra queda de 0,61%, nesta manhã. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para junho cai 1,18%, cotado a US$ 108,47/barril. Temores de que a recessão mundial possa comprometer a demanda por petróleo, superam as promessas efetuadas pelo G7 de banir a importação de petróleo da Rússia.
No âmbito interno, crescem especulações de que a Petrobras poderá anunciar, a qualquer momento, um novo reajuste dos combustíveis, colocando mais lenha na fogueira da inflação, que nesta semana tem o IPCA de abril como principal ponto de atenção. Analistas calculam a defasagem com os valores praticados no mercado internacional de 19% para a gasolina e de 25% para o diesel. Os mercados brasileiros devem abrir em queda, acompanhando o ambiente global, que deve também determinar a depreciação do real ante ao dólar e alta dos juros futuros.