Hoje na Economia 09/05/2019
Edição 2250
09/05/2019
O agravamento das tensões comerciais entre EUA e China mantém o ambiente de forte aversão ao risco nos mercados, nesta quinta-feira, à medida que se aproxima a data final em que os dois países elevarão, reciprocamente, suas tarifas comerciais. Mercados de ações recuam, os preços dos bônus soberanos sobem como também o iene e o ouro.
Atenção redobrada em torno da rodada de negociações comerciais entre americanos e chineses em Washington, acontecendo hoje e amanhã. O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou no domingo sua intenção de impor tarifas adicionais, acusando Pequim de recuar em compromissos assumidos. O Ministério do Comércio chinês se pronunciou, nesta quinta-feira, prometendo retaliar caso os EUA levem adiante a ameaça.
As bolsas asiáticas fecharam em queda. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific apurou perda de 1,4% no pregão de hoje, a maior queda em seis semanas. Na China, o índice Composto da bolsa de Xangai fechou em baixa de 1,48%, oitavo recuo em onze pregões. Ajudou também a azedar o humor dos investidores, a divulgação do indicador de novos empréstimos, que ficou em 1,02 trilhão de yuans em abril, vindo abaixo do dado de março (1,69 trilhão de yuans), como também do consenso do mercado (1,20 trilhão de yuans). Já o índice de preços ao consumidor (CPI) da China subiu 2,5% em abril, na comparação a igual mês de 2018, vindo em linha com a previsão dos analistas. Na bolsa de Tóquio, o índice Nikkei fechou em queda de 0,93%. O iene mais forte por causa da busca por segurança entre investidores pressionou as ações das exportadoras. O dólar é cotado a 109,75 ienes, contra 110,10 ienes de ontem à tarde. Em Hong Kong, o Hang Seng registrou baixa de 2,39%, com forte queda dos papeis das seguradoras e financeiras. Em Seul, o Kospi caiu 3,04%, fechando na mínima do dia, enquanto o Taiex perdeu 1,74%, em Taiwan.
A piora no diálogo entre americanos e chineses empurra as bolsas europeias para o vermelho. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera em baixa de 0,84%, nesta manhã. Em Londres, o FTSE100 perde 0,44%; o CAC40 recua 1,29% em Paris; o DAX cai 0,78% em Frankfurt. O euro troca de mãos a US$ 1,1196, permanecendo próximo da cotação de US$ 1,1194 de ontem à tarde.
O pessimismo que tomou conta das bolsas da Ásia e Europa também contamina os futuros de ações das bolsas americanas. No momento, o índice futuro do Dow Jones registra queda de 0,76%; futuro do S&P cai 0,79%; do Nasdaq perde 0,90%. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos, afetado pela busca de porto seguro, recua 1,36%, situando-se em 2,4452% ao ano. O índice DXY tem recuo discreto (-0,03%), refletindo a estabilidade diante do euro e da libra inglesa. Na agenda econômica, o presidente do Fed, Jerome Powell, discursa em evento do Fed em Washington, as 9h30 de Brasília.
Em um ambiente de forte aversão ao risco, as commodities operam em baixa. O índice de commodity Bloomberg perde 0,37%, nesta manhã. Os contratos futuros de petróleo tipo WTI para junho são negociados a US$ 61,87/barril, com queda de 0,40%.
O ambiente de incerteza gerado pelos rumos que podem levar as negociações comerciais entre EUA e China reduz o apetite ao risco para ativos de emergentes em geral, nesta quinta-feira, prenunciando um dia para a Bovespa de novas baixas e pressões sobre o valor do dólar e dos juros futuros. Na agenda econômica, o IBGE divulga o resultado das vendas do comércio nacional de março, que, no conceito restrito, excluindo venda de autos e materiais de construção, deve ter subido 0,9% em bases mensais e recuado 2,4% em relação a igual mês de 2018.