Hoje na Economia – 03/11/2023

Hoje na Economia – 03/11/2023

 Cenário Internacional

Na quarta-feira, os dados de atividade divulgados nos EUA vieram em direções mistas, trazendo surpresa baixista no ISM de Manufatura enquanto os dados de emprego do JOLTS surpreenderam para cima. O ISM recuou de 49 para 46,7 em outubro, nível inferior ao esperado pelo mercado (49), e foi puxado pelos componentes de emprego e novas encomendas. Por outro lado, o JOLTS mostrou abertura de postos de trabalho superior à esperada pelo consenso de mercado (9,553 milhões vs. 9,4 milhões) e foi acompanhado de revisão baixista do dado anterior, de 9,610 milhões para 9,497 milhões. Também na quarta-feira, o FOMC manteve o intervalo das Fed Funds Rates estável em 5,25%-5,50%, conforme amplamente esperado. O comunicado referente à decisão trouxe poucas mudanças em relação à versão anterior e destacou o impacto do aperto recente das condições financeiras sobre a atividade. Na entrevista coletiva, Powell reforçou a postura de dependência dos dados e que os próximos passos dependem da evolução do cenário de atividade, inflação, emprego e condições financeiras.

Nesta madrugada, foi divulgado o PMI Caixin de Serviços referente a outubro na China, que avançou menos do que o esperado pelos analistas (50,4 vs. 51), ante 50,2 no mês anterior.

Hoje a agenda de dados será movimentada nos EUA. O payroll mostrou desaceleração no ritmo de criação de vagas de trabalho em outubro, de 336 mil para 150 mil, ante 180 mil esperado. A taxa de desemprego subiu marginalmente, de 3,8% para 3,9%, e os ganhos salarias avançaram menos do que o esperado (0,2% M/M vs. 0,3% M/M). Mais tarde, ainda serão divulgados o PMI e o ISM de Serviços referentes a outubro.

 Cenário Brasil

No âmbito local, o destaque foi a reunião do COPOM, na quarta-feira, em que o Banco Central cortou a meta para a taxa Selic em 50 pb, de 12,75% para 12,25%, conforme amplamente esperado pela SulAmérica Investimentos e pela expectativa consensual do mercado. No comunicado, o comitê destacou que a elevação das incertezas associadas ao cenário internacional demanda cautela e reforçou que o panorama doméstico de inflação segue incompatível com o cumprimento das metas, o que, em nossa avaliação, enfraquece a possibilidade de aceleração do ritmo de cortes. Também houve revisões altistas das projeções de inflação do comitê para 2024 e 2025, de 3,5% para 3,6% e de 3,1% para 3,2%, respectivamente, enquanto a inflação esperada para este ano caiu de 5,0% para 4,7%, refletindo a queda nos preços de combustíveis. Em termos de sinalização, o comitê manteve a indicação de que enxerga em unanimidade o ritmo de 50 pb como adequado para a continuidade do ciclo de afrouxamento monetário nas próximas reuniões. Assim, esperamos que o COPOM entregue mais um corte desta magnitude na reunião de dezembro, levando a Selic para 11,75% ao final deste ano, e encerre o ciclo em 9,0% em 2024.

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