Hoje na Economia 26/06/2019
Edição 2283
26/06/2019
Os ativos hoje se valorizam após a fala do secretário do tesouro dos EUA, Mnuchin, de que um acordo comercial com a China está 90% pronto antes da reunião dos líderes do G-20 nesse final de semana, no Japão. É importante destacar que essa descrição, de que um acordo está 90% pronto, já foi dita antes por oficiais do governo dos EUA, em março e abril, e mesmo assim houve aumentos de tarifas. Entretanto, os mercados reagiram com otimismo.
As bolsas da Ásia fecharam em queda. O índice MSCI Ásia Pacífico caiu -0,4%, com recuo de -0,5% no Nikkei225 do Japão e -0,2% na bolsa de Xangai. O iene está se desvalorizando contra o dólar, -0,46%, cotado a ¥/US$ 107,69.
Na Europa, as bolsas abriram em queda, mas passaram a subir após a fala de Mnuchin. Há alta de 0,20% no índice pan-europeu STOXX600, com avanços de 0,10% no FTSE100 de Londres, 0,06% no CAC40 de Paris e 0,41% no DAX de Frankfurt. O euro está estável diante do dólar, cotado a US$/€ 1,1367.
No mercado americano, os índices futuros de ações operam em alta, com variação de 0,30% no S&P500. Há ligeira alta no yield da Treasury de 10 anos, a 2,02% a.a.. O dólar está valorizando pouco diante das principais moedas, com o índice DXY subindo 0,11%. Hoje os dados de encomendas de bens duráveis serão divulgados, com expectativa de ligeiro avanço (+0,1%) no núcleo que exclui pedidos de transportes.
Os preços de commodities sobem pela manhã, com alta de 0,17% no índice geral da Bloomberg. O petróleo tipo WTI avança 1,88%, cotado a US$ 58,92/barril, após novas ameaças de Trump ao Irã.
No mercado brasileiro, o IPC-FIPE da 3ª semana ficou abaixo do esperado (0,12% contra 0,14%). O INCC-M, o índice de preços da construção civil, por outro lado, surpreendeu para cima (0,44% contra 0,10%). Hoje também serão divulgados dados de crédito e do resultado fiscal do governo central de maio. A comissão da reforma da Previdência adiou a votação do relatório para a semana que vem, sendo que ainda há mais de 40 deputados para discursarem. Aparentemente há mais pontos em que a reforma pode ser desidratada também. O mercado reagiu a essas notícias políticas com piora dos preços de ativos brasileiros, que pode seguir hoje. O real deve se depreciar diante do dólar, os juros futuros devem seguir subindo e a bolsa deve cair. A alta de juros deve se concentrar no vencimento curto, com a perspectiva de que a queda dos juros deve demorar mais se a reforma da Previdência demorar mais para ser aprovada.