Hoje na Economia – 06/08/2019

Edição 2311

06/08/2019

O dia amanhece mais calmo, após a China fixar o valor de sua moeda ligeiramente abaixo de 7,0 yuans/dólar (banco central chinês estabeleceu o dólar em 6,9683 para hoje), após ter sido classificada como “manipulador cambial” pelos EUA, gerando alívio pontual nos mercados.

Na Ásia, o ambiente continuou tenso, levando as bolsas locais para mais uma rodada de queda. O agravamento das relações comerciais entre americanos e chineses, com Washington designando a China como “manipulador cambial” e chineses suspendendo, oficialmente, as compras de novos produtos agrícolas americanos manteve elevada a aversão ao risco na região. O índice MSCI Asia Pacific encerrou o dia com queda de 0,8%. Na China, o índice Xangai Composto recuou 1,56%. Na bolsa de Tóquio, o Nikkei caiu 0,65%, enquanto o Hang Seng perdia 0,67% em Hong Kong. O sul-coreano Kospi cedeu 1,51% em Seul.

Na Europa, após as fortes quedas de ontem, bolsas da região ensaiam um recuperação parcial nesta terça-feira, na expectativa de que a decisão cambial chinesa, voltando a fixar um valor diário para sua moeda, seja visto como um sinal de paz, mesmo que temporária. O índice de ações pan-europeu, STOXX600, sobe 0,61%, no momento. Em Londres, o FTSE100 avança discretos 0,12%; em Paris, o CAC40 ganha 0,91%, enquanto o DAX tem valorização de 0,72%, em Frankfurt. O euro é negociado a US$ 1,1197, com ligeiro recuo ante ao dólar (-0,05%), nesta manhã.

No mercado americano, o ambiente mais calmo colocou o yield da Treasury de 10 anos em 1,76% ao ano, com alta de 3,06%, enquanto o índice DXY se sustenta em patamar de 97,51 pontos, ligeiramente abaixo daquele observado ontem (97,90 pontos). Mercado de ações deve abrir em alta, conforme se deduz do comportamento dos futuros dos principais índices de ações da bolsa de Nova York. O futuro do Dow Jones sobe 0,84%, nesta manhã; do S&P 500 avança 0,87%; Nasdaq tem alta de 1,03%.

No mercado de commodities, o petróleo tenta se recuperar das perdas recentes, em um ambiente ainda adverso para a commodity, caracterizado por queda da demanda mundial e conflito comercial entre EUA e China. Nesta manhã, o contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 54,92/barril, com alta de 0,42%.

Na agenda doméstica, o Banco Central divulga a ata da reunião do Copom da semana passada, quando cortou a Selic em 50 pontos-base, para 6,0%. O comunicado do encontro foi considerado “dovish” pelos analistas. Fica a dúvida se houve tempo de captar a deterioração do cenário externo com o acirramento do conflito comercial entre EUA e China, a partir do último fim de semana. Esse ambiente externo adverso deve alterar o balanço de risco, mas não deverá alterar o curso da flexibilização da política monetária. A conferir.