Hoje na Economia – 21/11/2019
Incertezas em relação às conversações comerciais entre EUA e China empurram os investidores para defensivas, reduzindo suas exposições aos ativos de maior risco, nesta quinta-feira. Em meio a notícias desencontradas, investidores preferem a cautela. Notícias citando fontes ligadas à Casa Branca afirmavam que a chamada “fase 1” de um eventual acordo entre as partes poderá ficar para 2020, devido às divergências pendentes. Enquanto os chineses pressionam por mais recuos em altas tarifárias, o governo americano tem insistido em suas demandas, como questões de propriedade intelectual e transferência de tecnologia. O presidente Donald Trump, por sua vez, afirmou que a China não está “adotando o nível” que ele deseja nas negociações comerciais, insinuando que Pequim deseja o acordo mais do que Washington. No dia 15 de dezembro próximo, entrará em vigor o novo aumento de tarifas dos EUA sobre importações chinesas.
As bolsas da Ásia fecharam em baixa generalizada, pelo segundo dia consecutivo. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific fechou com queda de 0,70% o pregão desta quinta-feira. O destaque ficou para Hong Kong, onde o Hang Seng teve baixa de 1,57%. Além das divergências comerciais entre americanos e chineses, acirrou os tremores a aprovação pelo Congresso americano de projeto de lei com objetivo de proteger os direitos humanos de manifestantes em Hong Kong. Essa iniciativa irritou os chineses, podendo adicionar mais obstáculos a um acordo comercial. Na China, o índice Xangai Composto recuou 0,25%. Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei terminou a sessão em Tóquio em baixa de 0,48%, enquanto o sul-coreano Kospi se desvalorizou 1,35% em Seul. O Taiex recuou 0,63% em Taiwan.
Os juros dos Treasuries que passaram a madrugada em queda voltaram a subir após um porta-voz do Ministério do Comércio chinês classificar como “rumores” não confiáveis recentes especulações sobre problemas nas conversas comerciais entre os dois países. No momento, o yield do T-Note de 10 anos encontra-se em 1,7451% ao ano, com alta de 0,59%. O dólar, por ora, não mostra grandes reações. O índice DXY encontra-se flutuando em torno de 97,8 pontos, com queda discreta de 0,13% no momento. Os futuros de ações das bolsas de Nova York, que operavam com quedas acentuadas horas atrás atenuaram as perdas: futuro do Dow Jones perde 0,09%, no momento; S&P 500 recua 0,11%; Nasdaq tem queda de 0,18%.
Na Europa, bolsas de ações iniciaram os negócios em baixa, nesta manhã, pesando o receio de que EUA e China não consigam fechar um acordo comercial preliminar ainda este ano. O índice de ações pan-europeu, STOXX600, recua 0,60%. Em Londres, o FTSE100 opera com baixa de 0,77%; o CAC40 perde 0,42% em Paris; o DAX tem queda de 0,44% em Frankfurt. O euro é cotado a US$ 1,1084, subindo em relação ao valor de US$ 1,1076 de ontem à tarde.
No mercado futuro de petróleo, o produto tipo WTI para janeiro é negociado a US$ 56,80/barril, com queda de 0,37%, nesta manhã. Neste mercado, à semelhança de outros ativos de risco, as dúvidas sobre as negociações comerciais sino-americanas levam os investidores a reduzirem posições compradas.
Em dia de fraca agenda econômica doméstica, os ativos brasileiros devem continuar refém do ambiente externo. Neste dia, em que predominam notícias sobre eventual atraso na celebração de um acordo comercial preliminar entre EUA e China ainda este ano, deve levar a Bovespa a iniciar as operações em queda. Taxa de câmbio e juros futuros devem abrir pressionados, em linha com a maior aversão ao risco que prevalece nesta quinta-feira.