Hoje na Economia – 28/02/2020

Hoje na Economia – 28/02/2020

Os temores, de que a rápida disseminação do coronavírus fora da China ponha em risco a economia mundial, alimentam a aversão ao risco nesta sexta-feira. As bolsas europeias e futuros americanos acompanham a forte queda ocorrida nas bolsas da Ásia, ampliando a procura por ativos considerados seguros como o iene e títulos soberanos.

As bolsas asiáticas contabilizaram pesadas perdas, nesta sexta-feira, diante da ameaça da propagação da epidemia derrubar o crescimento mundial. O fato de as bolsas da Europa e dos EUA entrarem em “território de correção” (acumularam perdas superiores a 10% em relação ao pico mais recente) alimentou o movimento de vendas na Ásia. O índice regional MSCI Asia Pacific fechou a sessão de hoje com queda de 2,5%. Na China, o índice Xangai Composto caiu 3,71%, enquanto o Hang Seng perdeu 2,42% em Hong Kong. Em Tóquio, o japonês Nikkei teve queda de 3,67%, registrando a maior perda diária desde dezembro de 2018. Em outras partes da Ásia, o sul-coreano Kospi caiu 3,30% em Seul, atingindo o menor patamar desde 3 de setembro do ano passado; o Taiex apresentou baixa de 1,24% em Taiwan. No mercado de moedas, o dólar perdeu terreno diante da moeda japonesa, sendo negociado a 108,59 ienes de 109,54 ienes de ontem à tarde.

Na Europa, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, recua 3,92% nesta manhã, caminhando para a pior semana desde 2008. Todos os setores, que compõem o índice, caem mais de 3%, no momento. Em Londres, o FTSE100 perde 3,85%; o CAC40 recua 3,95% em Paris; o DAX tem queda de 4,49% em Frankfurt. O euro é cotado a US$ 1,1036, subindo em relação ao valor de US$ 1,1005 de ontem à tarde.

Os futuros dos três principais índices de ações da bolsa de Nova York também operam com pesadas perdas nesta manhã, sinalizando que o principal mercado acionário americano deverá se retrair pela sétima sessão consecutiva. No momento, o índice futuro do Dow Jones cai 1,76%; o S&P 500 perde 1,83%; Nasdaq tem recuo de 2,25%. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recuou para baixo de 1,2%, situando-se em 1,1633% ao ano, no momento, após tocar mais cedo a mínima inédita de 1,154%. O índice DXY continua flutuando em torno de 98,0 pontos, com o dólar perdendo terreno diante das moedas consideradas porto seguro, mas avançando ante as moedas emergentes. Na agenda econômica, serão divulgados indicadores de gasto e renda pessoal, referentes a janeiro, devendo manter mesmo ritmo de expansão dos meses recentes. A inflação medida pelo deflator do consumo pessoal (PCE) deve subir 1,8% na comparação com janeiro de 2019, enquanto o núcleo do índice (Core PCE) deve mostrar alta de 1,7%, na mesma base de comparação.

As commodities recuam de forma generalizada. O índice Geral de Commodity Bloomberg tem queda de 1,83%, no momento. Os futuros do petróleo operam em baixa pela sexta sessão consecutiva. O contrato futuro do petróleo tipo WTI, para abril, é negociado a US$ 45,94/barril, com queda de 4,40%.

Diante do ambiente de forte aversão ao risco, afetando todas as moedas emergentes, o Banco Central anunciou que deverá ofertar cerca de US$ 4 bilhões em novas intervenções, para reduzir a volatilidade do câmbio. Às 9h30, realiza leilão extraordinário de swap cambial no montante de US$ 1 bilhão, e às 10h20, US$ 3 bilhões em linha de venda de dólar com compromisso de compra futura, além dos US$ 650 milhões em swap para a rolagem de abril (às 11h30). O IBGE divulga a taxa de desemprego de janeiro, captada pela PNAD Contínua, que deve ficar em 11,3%, segundo a mediana das projeções do mercado.

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