Hoje na Economia – 30/03/2020
A semana se inicia cheia de incertezas quanto à propagação e duração da pandemia do coronavírus. As bolsas europeias e futuros americanos seguem as quedas ocorridas na Ásia, aumentando a procura por ativos considerados seguros.
Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em baixa. O índice MSCI Asia Pacific caiu 0,8%, nesta segunda-feira. Aumentam os temores de que o regime de isolamento social devido à pandemia possa demorar mais do que o esperado. Na China, as bolsas locais fecharam em baixa apesar de um novo corte de juros pelo PBoC, o banco central chinês. O índice Xangai Composto apurou desvalorização de 0,90%. As taxas de juros de operações de recompras (repo) reversas com prazo de sete dias foram reduzidas de 2,4% para 2,2%. O PBoC fez, também, uma injeção de liquidez de 50 bilhões de yuans (US$ 7,5 bilhões) no sistema financeiro. No Japão, o índice Nikkei teve queda de 1,57% em Tóquio, enquanto o Kospi ficou praticamente estável em Seul, com baixa marginal de 0,04%, após notícias de que o governo da Coreia do Sul planeja orçamento suplementar para combater os efeitos do coronavírus. Em Hong Kong, o Hang Seng recuou 1,32%; o Taiex caiu 0,72% em Taiwan. No mercado de moedas, o dólar é negociado a 107,83 ienes de 107,91 ienes do final de sexta-feira.
As bolsas europeias iniciaram o dia operando no vermelho. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, diminui a intensidade da queda, recuando 0,45%, no momento. Em Londres, o FTSE100 perde 0,60%; o CAC40 cai 0,79%; em Frankfurt, o DAX tem queda de 0,09%. O índice de sentimento econômico da zona do euro, que mede a confiança dos setores corporativos e consumidores, caiu de 103,4 em fevereiro, para 94,5 em março, registrando a maior queda histórica. O resultado, no entanto, ficou acima da expectativa dos analistas, que previam queda para 93. O euro se enfraquece diante do dólar. No momento, é cotado a US$ 1,1069, que se compara a cotação de US$ 1,1143 de sexta-feira à tarde.
No mercado americano, os índices futuros de ações da bolsa de Nova York, operam entre altos e baixos, não definindo um direcional claro para o mercado à vista no dia de hoje. O índice futuro do Dow Jones opera com queda discreta de 0,14%; o S&P 500 saiu do vermelho e agora exibe ganho de 0,20%; Nasdaq tem alta da 0,38%. O juro futuro americano está caindo 6,3% no caso do título de 10 anos, a 0,6305% a.a.. O dólar está se valorizando diante das outras moedas, em especial de países emergentes, com o índice DXY subindo 0,40%.
As commodities, em sua maioria, operam em baixa. O índice Geral de Commodity Bloomberg recua 0,65%. O contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 20,52/barril, com queda de 4,60%.
Neste ambiente de aversão ao risco e em meio aos desencontros entre as autoridades governamentais sobre a melhor forma de combater os efeitos econômicos provocados pela epidemia do coronavírus, o real deve se desvalorizar ante a moeda americana e a Bovespa deve abrir sem tendência clara, em linha com os futuros americanos. Os juros futuros em seus vértices mais longos devem voltar a subir por conta do ambiente econômico instável.