Hoje na Economia – 03/04/2020

Hoje na Economia – 03/04/2020

A preocupação com a disseminação do coronavírus continua dando o direcional para os negócios, nesta sexta-feira. O número de casos no mundo ultrapassou a barreira de 1 milhão, sem sinais de arrefecimento à vista, levando a muitas economia continuar em “lockdown”, o que deve trazer impactos severos sobre a economia e a lucratividade das empresas.

Os investidores também estarão atentos à divulgação do relatório do mercado de trabalho americano, onde a “payroll” de março deverá mostrar os primeiros impactos da doença na economia, devendo mostrar recuo pela primeira vez desde 2010. Segundo as projeções dos analistas, a economia americana deve ter fechado liquidamente 100 mil postos de trabalho em março (criação líquida de 273 mil em fevereiro), enquanto a taxa desemprego deverá subir de 3,5% para 3,8%. Por ser uma variável defasada do ciclo econômico, os dados ainda não captam o total impacto da epidemia sobre o mercado de trabalho americano. Os principais futuros de ações da bolsa de Nova York operam no vermelho, nesta manhã: Dow Jones -1,15%; S&P 500 -1,48%; Nasdaq -1,45%. O juro pago pelo T-Note de 10 anos sobe 1 ponto base, para 0,61% ao ano. O dólar ganha força diante das moedas fortes, como também diante das emergentes. No momento, o índice DXY situa-se em 100,64 pontos, com alta de 0,46%.

Na Ásia, as bolsas fecharam sem direcional único. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific encerrou o dia com queda de 0,5%. Na China, o índice Xangai Composto caiu 0,60%. O banco central chinês (PBoC) anunciou novo corte do compulsório exigido de bancos pequenos e médios, de 1 ponto percentual. No Japão, o Nikkei ficou praticamente estável em Tóquio, com alta de 0,01%. Mesmo quadro mostrou o sul-coreano Kospi que subiu apenas 0,03% em Seul. Em Hong Kong, o Hang Seng fechou em baixa de 0,19%; enquanto em Taiwan, mercados fechados por conta de feriado. No mercado de moedas, o dólar é negociado a 108,44 ienes de 107,85 ienes de ontem à tarde.

Na zona do euro, foi divulgado o índice de gerente de compras (PMI) composto, que engloba os setores industrial e de serviços, que caiu de 51,6 em fevereiro para a mínima histórica de 29,7 em março, captando os efeitos adversos da pandemia de coronavírus. Os analistas previam um índice em 31,4. Após a divulgação, o euro recuou frente à moeda americana, sendo cotado a US$ 1,0787, contra US$ 1,0798 de ontem à tarde e mesmo nível antes dos PMIs. No mercado de ações, principais bolsas operam no vermelho: STOXX600 -0,77%; FTSE100 -1,08% em Londres; CAC40 -1,0% em Paris; DAX -0,56% em Frankfurt.

No mercado futuro de petróleo, as cotações voltaram a subir ao longo da madrugada, após rumores de que a Opep e a Rússia farão reunião virtual na próxima segunda-feira, onde se pode chegar a um acordo para por fim a guerra de preços. Nesta manhã, o contrato futuro do petróleo tipo WTI para maio é negociado a US$ 25,85/barril, se valorizando 2,09%.

No Brasil, os ruídos políticos no centro do poder devem manter o ambiente pouco propício aos negócios. Os mercados domésticos, principalmente a Bovespa, devem ser impactados pelo quadro de forte aversão ao risco que prevalece no exterior. O dólar deve manter a tendência de alta diante do real, enquanto os juros futuros permanecerão pressionados.

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