Hoje na Economia – 06/04/2020
A semana começa com investidor mais animado diante de sinais de que a propagação do coronavírus está desacelerando em várias partes do mundo. Ontem houve múltiplos relatos de desaceleração de mortes ou infecção por coronavírus em países europeus, como Itália, Espanha, Alemanha, França e Reino Unido, assim como no Estado de Nova York – que responde por cerca metade dos casos nos EUA – e no Irã.
Investidores mais otimistas levaram as bolsas da Ásia a fecharem em alta firme, nesta segunda-feira. O índice regional MSCI Asia Pacific teve valorização de 2,5% no pregão de hoje. No Japão, o índice Nikkei teve alta expressiva de 4,24% em Tóquio, graças a ações ligadas ao comércio eletrônico e do setor automotivo. Na Coreia do Sul, o índice Kospi subiu 3,85% em Seul, enquanto o Hang Seng se valorizou 2,21% em Hong Kong. O Taiex avançou 1,61% em Taiwan. Na China, mercados permaneceram fechados por conta de feriado. No mercado de moeda, a menor aversão ao risco levou o dólar a ser cotado a 109,22 ienes, contra 108,46 ienes de sexta-feira.
O dólar se beneficia dos sinais de desaceleração da pandemia. O índice DXY – que mede as variações da moeda americana ante outras seis divisas importantes – avançou ao longo da madrugada desta segunda feira, situando-se em 100,70 pontos no momento, subindo 0,13%. A remuneração das Treasuries encontra-se em alta. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos encontra-se em 0,6635% ao ano, com alta de 11,5%, nesta manhã, refletindo o ambiente de menor aversão ao risco. O mercado futuro de ações de Nova York deve abrir em alta expressiva, a se depreender dos futuros dos principais índices de ações: Dow Jones sobe 3,85%; S&P 500 avança 3,87%; Nasdaq tem ganho de 4,26%.
As bolsas europeias também são contagiadas pelas notícias de desaceleração do avanço do coronavírus, não só na região do euro, como também em outras partes do mundo. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com valorização de 2,86%, no momento. Em Londres, o FTSE100 avança 2,17%; o CAC40 tem alta de 3,62% em Paris; em Frankfurt o DAX tem ganho de 4,40%. O euro é cotado a US$ 1,0813, mantendo-se no mesmo patamar do final de sexta-feira.
No mercado de petróleo, o contrato futuro do produto tipo WTI, para maio, recua 2,83%, nesta manhã, sendo negociado a US$ 27,51/barril. A queda, após a alta expressiva recente, decorre do adiamento da reunião virtual que a Opep faria com produtores independentes para buscar uma forma de estabilizar o mercado da commodity, muito abalado pelo choque econômico da pandemia do coronavírus.
No Brasil, a melhora do humor nos mercados internacionais deve direcionar a evolução dos ativos domésticos, principalmente a Bovespa. Pode, também, atenuar a alta recente do dólar, mantendo a cotação mais próxima de R$ 5,00/US$. No entanto, as turbulências políticas internas agregam pressões, dificultando uma recuperação mais sólida dos ativos, no momento.