Hoje na Economia – 02/05/2020

Hoje na Economia – 02/05/2020

Prevalece ambiente de forte aversão ao risco, nesta manhã de segunda-feira, em meio a crescentes tensões entre os EUA e China sobre a origem da pandemia de coronavírus. Ontem, o presidente Donald Trump afirmou acreditar que um “erro” cometido na China foi a causa da disseminação da doença. Já o Secretário de Estado americano, Mike Pompeo, alegou haver “enormes evidências” de que o surto começou em um laboratório na cidade chinesa Wuham, sem apresentar provas que sustentasse a acusação.

A escalada das tensões entre EUA e China alimentou o mau humor na Ásia. Mercados operaram com liquidez reduzida, em função de feriado que manteve fechadas as bolsas do Japão e China. O destaque de baixa na região coube a Hong Kong, que registrou queda de 4,18%, enquanto o sul-coreano Kospi caiu 2,6% em Seul. Em Taiwan, o Taiex recuou 2,47%. No mercado de moedas o dólar é negociado a 106,75 ienes, ante 106,92 ienes de sexta-feira à tarde.

Na Europa, os mercados operam, em sua maioria, em baixa, seguindo o mau humor ditado pelos mercados asiáticos, preocupados com as tensões entre americanos e chineses, bem como acompanhando o relaxamento do isolamento social determinado em vários países da região. Foi divulgado o índice de gerentes de compras (PMI) industrial da zona do euro que caiu de 44,5 em março para a mínima recorde de 33,4 em abril, vindo abaixo da estimativa preliminar de abril e das previsões dos analistas de mercado. Após a divulgação desse dado, o euro ampliou perdas ante ao dólar: o euro é cotado a US$ 1,0931 de US$ 1,0983 no fim da tarde de sexta-feira. No mercado de ações, o índice STOXX600 recua 4,08%, no momento. Em Londres, o FTSE100 perde 0,67%; o CAC40 recua 4,34% em Paris; o DAX tem queda de 3,65% em Frankfurt.

Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa e os juros dos Treasuries também recuam nesta manhã, influenciados pelas crescentes tensões entre EUA e China sobre a origem da pandemia de coronavírus. No momento, o rendimento pago pelo T-Note de 10 anos encontra-se em 0,61%, recuando 1,60%. O futuro do Dow Jones tem queda de 1,19%; S&P 500 recua 0,97%; Nasdaq tem perda de 0,87%. O índice DXY do dólar, que mede as variações da moeda americana em relação a outras seis divisas fortes, opera em alta nesta manhã, refletindo o ambiente de maior aversão ao risco: o DXY sobe a 99,39 pontos, com alta de 0,32%.

Os contratos futuros de petróleo operam em baixa nesta manhã de segunda-feira. Influenciada pelo aumento das tensões entre americanos e chineses, prejudicando os ativos de risco. Nesta manhã, o contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 18,55/barril, com queda de 6,22%.

No Brasil, o ambiente político permanece conturbado em meio ao depoimento do juiz Sérgio Moro na PF neste fim de semana e as reações de apoiadores do presidente Bolsonaro, que foram às ruas protestar em várias cidades do país. Nesta semana em que ocorre a reunião do Copom, o aumento das turbulências políticas, ameaçando a agenda fiscal e reformista, pode levar a uma postura mais cautelosa por parte da autoridade monetária. Em consequência, isso limitaria o movimento dos DIs curtos, enquanto que os longos reagiriam ao ambiente de maior aversão ao risco no exterior. A Bovespa deve abrir em baixa, não só acompanhando a tendência do mercado internacional nesta manhã, como também pelo acirramento dos ânimos políticos internos.

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