Hoje na Economia – 22/05/2020
O ambiente permanece desfavorável aos ativos de risco, nesta sexta-feira. Investidores preocupados com a crescente escalada das tensões entre EUA e China em meio a pandemia de coronavírus, que ameaçam o acordo comercial bilateral de “fase 1” assinado em janeiro. A China, por sua vez, anunciou que vai impor novas leis de segurança nacional em Hong Kong, num gesto que deteriora ainda mais as relações com o governo americano.
Reforçando esse quadro pouco favorável aos negócios, a China anunciou que não deverá fixar uma meta para o PIB em 2020, num reconhecimento dos desafios que enfrenta em meios aos esforços para amortecer os impactos da pandemia de coronavírus. Os mercados acionários na Ásia fecharam majoritariamente em baixa. O índice MSCI Asia Pacific apurou queda de 2,0%. O índice acionário de Hong Kong, o Hang Seng liderou as perdas na região, com um tombo de 5,56%. O Congresso Nacional do Povo da China deve votar projeto que reforça os mecanismos de segurança com o “objetivo de interromper atividades subversivas e interferências estrangeiras” em Hong Kong. Os EUA avisaram que vão reagir com veemência caso o governo chinês prossiga nessa linha. Na China, o índice Xangai Composto fechou com queda de 1,89%. No Japão, o Nikkei caiu 0,80% em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi teve queda de 1,41% em Seul. Em Taiwan, o Taiex registrou baixa de 1,79%. Nesse ambiente de maior aversão ao risco o iene se valoriza 0,17% ante o dólar, que é negociado a 107,50 ienes.
As bolsas na Europa operam no vermelho, refletindo esse ambiente de maior tensão entre americanos e chineses e após dados mostrarem uma queda histórica nas vendas ao varejo no Reino Unido (recuaram 18,1% em abril ante março, a maior queda já registrada). No mercado de ações, o índice pan-europeu, STOXX600, opera com queda de 0,67%, no momento. Em Londres, o FTSE100 cai 1,21%; o CAC40 recua 0,30% em Paris; em Frankfurt, o DAX perde 0,62%. O euro é negociado a US$ 1,0897, se desvalorizando 0,48%, nesta manhã.
No mercado americano, os índices futuros da bolsa de ações de Nova York apontam para uma abertura negativa. O futuro do Dow Jones recua 0,50% no momento; S&P 500 cai 0,51%; Nasdaq tem queda de 0,65%. O dólar está ganhando valor contra boa parte das moedas globais, com valorização de 0,44% no índice DXY. Os juros futuros recuam, com a Treasury de 10 anos tendo queda de 3 pontos base no yield, para 0,64% a.a..
Os contratos futuros de petróleo operam em forte baixa nesta manhã, reduzindo os ganhos obtidos ao longo da semana. Pesa a decisão da China de não estabelecer uma meta de crescimento para este ano, reforçando preocupações sobre o impacto econômico da pandemia de coronavírus. No momento, o contrato futuro do petróleo tipo WTI, para julho, é negociado a US$ 31,91/barril, com queda de 5,90%.
No mercado doméstico, o foco estará no Supremo Tribunal Federal (STF). O juiz Celso de Mello anunciará, até às 17h, sua decisão sobre o sigilo do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, citada por Sérgio Moro como prova das acusações de interferência do presidente Bolsonaro na Polícia Federal. Considerado peça chave no inquérito em andamento no STF, a expectativa é sobre se será divulgado na íntegra ou parcialmente, como defendem a Advocacia da União (AGU) e a Procuradoria Geral de República (PGR). Seja qual for a decisão, esse evento promete mexer com a tendência dos negócios nesta sexta-feira.