Hoje na Economia – 04/06/2020
Mercados financeiros interrompem rally de diversos dias nesta quinta-feira, realizando lucros e lidando com um noticiário ruim. O presidente dos EUA, Donald Trump, recebeu críticas em relação ao seu tratamento da questão dos protestos e ameaça de usar o exército para tirar manifestantes da rua não apenas da esquerda, mas também de antigos aliados (como o ex ministro da Defesa, Mattis) e também do atual ministro da Defesa, Esper.
Na Ásia as bolsas fecharam sem direção única, mas ainda majoritariamente em alta, seguindo o comportamento dos ativos ocidentais ontem. O índice MSCI Asia Pacific subiu 0,2%, com alta de 0,36% no índice Nikkei225 do Japão. Por outro lado, houve queda de -0,14% na bolsa de Xangai e -0,38% no índice SENSEX da Índia. O iene está praticamente estável diante do dólar, se desvalorizando -0,01%, cotado a ¥/US$ 108,91.
Na Europa, as bolsas locais operam todas em queda. Há recuo de -0,53% no índice pan-europeu STOXX600, -0,24% no FTSE100 de Londres, -0,60% no CAC40 de Paris e -0,70% no DAX de Frankfurt. O euro está se desvalorizando diante do dólar, -0,28%, cotado a US$/€ 1,1202. Hoje ocorrerá a reunião do Banco Central Europeu, e é esperado que seja anunciado um novo estímulo de € 500 bi. As vendas no varejo na Zona do Euro já foram divulgadas, e tiveram queda menor que a projetada (-11,7% M/M, contra -15,0% M/M).
Nos EUA, os índices futuros das bolsas operam em queda, após se aproximarem ou chegarem nas máximas históricas ontem. O índice futuro do S&P500 cai -0,50%. O dólar está ganhando valor contra outras moedas, em especial de países emergentes, com o índice DXY subindo 0,28%. Os juros futuros estão recuando levemente, com a Treasury de 10 anos a 0,743% a.a., contra 0,747% a.a. ontem. Hoje sairá um dado de pedidos semanais de seguro desemprego, com expectativa de recuo em relação à semana anterior (1,8 milhão contra 2,1 milhões).
No mercado de commodities os preços operam sem direção única. Há queda de -0,12% no índice geral da Bloomberg, influenciado em especial pelo recuo no preço do petróleo (-1,56% no caso do WTI, cotado a US$ 36,71/barril). A Arábia Saudita e Rússia afirmaram que a manutenção dos cortes de produção nos próximos meses depende de outros países da OPEP+ fazerem sua parte no acordo, como Iraque. Além disso, dados semanais de demanda de diesel nos EUA não indicam uma recuperação tão forte quanto a projetada.
No Brasil, hoje não é esperado nenhum dado econômico. O veto do presidente da República, Jair Bolsonaro, ontem ao uso de R$ 8,6 bi de um fundo extinto do Banco Central para combate a pandemia nos Estados e municípios foi criticado por muitos membros do Legislativo, que se articulam para a derrubada do veto. Esse aumento de tensão entre poderes pode exacerbar a piora de humor no exterior. A bolsa brasileira deve cair, o real deve se depreciar diante do dólar e os juros futuros devem subir, com recuo nas apostas de corte superior a 75 pb na próxima reunião do COPOM.