Hoje na Economia – 22/07/2020

Hoje na Economia – 22/07/2020

O ressurgimento de nova onda de disseminação do coronavírus nos EUA, Japão e Hong Kong esfria as apostas em uma rápida e firme recuperação da economia global, colocando os investidores na defensiva. A aversão ao risco também é alimentada, nesta quarta-feira, pelo aumento das tensões entre EUA e China. O governo americano determinou o fechamento do consulado chinês em Houston, numa atitude descrita por Pequim como “ultrajante e injustificável”.

Na Ásia, as bolsas locais fecharam majoritariamente em baixa. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific registrou perda de 0,80%, no pregão de hoje. No Japão, o índice Nikkei caiu 0,58%, enquanto o Hang Seng se desvalorizou 2,25% em Hong Kong, logo após a notícia do fechamento unilateral do consulado chinês em Houston. Os investidores se mostraram também alarmados com os crescentes números de novas infecções por coronavírus no Japão e Hong Kong. Na China continental, o índice Xangai Composto registrou valorização de 0,37%, acumulando ganhos pelo quarto dia consecutivo. A moeda chinesa, o Yuan, se enfraqueceu após a atitude de Washington, sendo negociada a 7,00 yuans/dólar com queda de 0,34%, no momento. Quanto à moeda japonesa, o dólar vale 107,03 ienes, com o iene se desvalorizando 0,21%, no momento. Na Coreia do Sul, o Kospi fechou perto da estabilidade em Seul, enquanto o Taiex fechou com alta de 0,61%.

Na Europa, o otimismo com o acordo da União Europeia sobre o fundo de resgate de 750 bilhões de euros destinados a países do bloco afetados pela pandemia de covid-19 deu lugar à apreensão em razão do aumento das tensões entre China e EUA, como também pelo aumento da doença nos EUA e outras partes do mundo. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra queda de 1,16%, no momento. Em Londres, o FTSE100 cai 1,02%; o CAC40 perde 1,35% em Paris; em Frankfurt, o DAX tem queda de 0,64%. O euro é negociado a US$ 1,1540, se valorizando 0,11% ante a moeda americana.

Nos EUA, o presidente, Donald Trump, alertou, ontem, que a pandemia nos EUA provavelmente “ficará pior antes de melhorar”, intensificando o pessimismo dos investidores. Os índices futuros das bolsas de Nova York apontam para uma abertura negativa para o dia de hoje. O futuro do Dow Jones recua 0,48%; do S&P 500 tem queda de 0,48%; Nasdaq perde 0,37%. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recua um ponto base, para 0,59% ao ano. O índice DXY do dólar, que mede as variações da moeda americana frente a outras seis moedas relevantes, opera com alta de 0,11%, situando-se em 95,22 pontos.

O aumento das tensões entre americanos e chineses afeta o mercado de commodities. O índice Geral de Commodity da Bloomberg recua 0,55%, nesta manhã, com destaque para petróleo e cobre. Os contratos futuros do petróleo WTI, para setembro, são cotados a US$ 41,29/barril, com queda de 1,53%.

Em dia de agenda econômica doméstica esvaziada, a Bovespa oscilará entre o mau humor externo, alimentado pelas questões entre americanos e chineses, e as expectativa positivas sobre os avanços da reforma tributária no Congresso. Em dia de maior aversão ao risco, o real pode voltar a se depreciar ante um dólar que se fortalece frente às principais moedas emergentes, nesta manhã. Os DIs mais longos devem subir acompanhando o ambiente externo adverso e taxa de câmbio pressionada.

Topo