Hoje na Economia – 06/08/2020
Mercados financeiros operam sem direção única ao redor do mundo, com ganhos em alguns lugares devido a expectativas de mais estímulos (como nos EUA, com os partidos do Congresso ainda discutindo o tamanho do pacote fiscal) e com outros lugares tendo perdas devido a resultados de empresas.
Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única, com o índice regional MSCI Asia Pacific subindo 0,1%. Houve queda de -0,43% no índice Nikkei225 do Japão e -0,69% no Hang Seng de Hong Kong. Por outro lado, houve alta de 0,26% na bolsa de Xangai na China, 1,33% no Kospi de Seul e 0,96% no SENSEX da Índia. O iene está se valorizando diante do dólar, +0,06%, cotado a ¥/US$ 105,54.
Na Europa todas as bolsas estão operando em queda. Há recuos de -0,51% no índice pan-europeu STOXX600, -1,32% no FTSE100 de Londres, -0,62% no CAC40 de Paris e -0,14% no DAX de Frankfurt. O tamanho das quedas depende do tamanho da surpresa com os resultados de empresas, com ganho acima do esperado na Adidas, por exemplo, ajudando o DAX enquanto o cancelamento de dividendos de Glencore fazendo o FTSE100 cair mais. O euro está se desvalorizando diante do dólar, -0,13%, cotado a US$/€ 1,1848. Dados econômicos na Alemanha também vieram melhores, com as encomendas à indústria em junho subindo 27,9% M/M, contra expectativa de 10,1% M/M. O Banco da Inglaterra manteve a taxa de juros em 0,10% e o programa de compra de títulos em 745 bi, que deve ser completado até o final do ano.
No mercado americano, os índices futuros de ações estão operando sem direção única: há alta de 0,12% no Dow Jones e queda de -0,05% no S&P500. O dólar está ganhando valor diante das moedas de países emergentes (índice da Bloomberg +0,62%), enquanto alterna ganhos e perdas diante de moedas de países desenvolvidos (índice DXY 0,00%). Os juros futuros operam em ligeira queda, com o yield da Treasury de 10 anos caindo 2 pb, para 0,52% a.a.. Hoje sairão dados semanais de pedidos de seguro desemprego, que devem ter ligeira melhora, de 1,434 milhão para 1,400 milhão.
O índice de preços de commodities da Bloomberg sobe 0,09%, mas com grande variância entre os produtos. O preço do barril de petróleo tipo WTI recua -0,95%, cotado a US$ 41,79. Por outro lado, há alta de 0,64% no cobre e 0,60% no níquel, além de 0,58% no ouro, que novamente chega a recorde histórico, de US$ 2061/onça.
Ontem o Copom reduziu a taxa de juros em 25 pb, para 2,00%. A porta não foi fechada para novos cortes, porém foi mencionado que o espaço remanescente, se houvesse, ainda seria pequeno e que ajustes futuros ocorreriam com gradualismo adicional. O Copom ressaltou que não deve subir juros enquanto as projeções de inflação dele e do mercado não ficarem próximas da meta, e que a situação fiscal demanda bastante atenção, com incerteza sobre o que acontece com o crescimento da economia quando os estímulos forem retirados no final desse ano e sobre a percepção dos agentes em relação à sustentabilidade da dívida. O IGP-DI de julho ficou acima do esperado, em 2,34% M/M, contra expectativa de 2,18%. A taxa de desemprego de junho deve subir hoje de 12,9% para 13,2%. Os juros futuros brasileiros devem se adequar à queda da Selic de ontem, com recuos em todos os vencimentos, mas mais fortes nos mais curtos. O real deve se desvalorizar diante do dólar, devido ao menor diferencial de juros e ao comportamento das moedas de países emergentes no exterior. A bolsa, por sua vez, pode subir, com maior aporte de recursos para ela devido aos juros menores.