Hoje na Economia – 03/09/2020
Mercados financeiros operam sem direção única na quinta-feira. Ainda há altas em diversos mercados acionários, mas nos EUA há também um movimento de troca (rotação) de investimento em empresas de tecnologia para o restante da economia. O CDC, órgão do governo americano que lida com doenças infecciosas, disse que uma vacina contra o Covid-19 deve ficar pronta até 1º de novembro.
Na Ásia as bolsas fecharam sem direção única. O índice regional MSCI Asia Pacific subiu 0,1%, com altas ocorrendo no Nikkei225 do Japão, +0,94%, e no KOSPI da Coreia do Sul, 1,33%. Por outro lado, o índice Hang Seng de Hong Kong recuou -0,45% e a bolsa de Xangai -0,58%. O iene está se depreciando diante do dólar, -0,20%, cotado a ¥/US$ 106,39. O índice de gerente de compras (PMI) de serviços no Japão não teve surpresa, vindo igual à prévia divulgada anteriormente, de 45,0. Já no caso da China, o PMI de serviços divulgado pelo setor privado (Caixin) ficou em 54,0, 0,1 pp acima da mediana de projeções do mercado (53,9).
Na Europa quase todas as bolsas operam em forte alta. Há avanços de 0,91% no índice pan-europeu STOXX600, 0,68% no FTSE100 de Londres, 1,63% no CAC40 de Paris e 1,13% no DAX de Frankfurt. O euro está se desvalorizando diante do dólar, -0,27%, cotado a US$/€ 1,1822, após autoridades do Banco Central Europeu dizerem que estão preocupadas com o fortalecimento da moeda europeia diante da americana. A alta mais forte no CAC40 se dá devido à divulgação de mais estímulo fiscal (€ 100 bi em 2 anos) pelo governo francês. Os PMIs de serviços na Zona do Euro vieram acima da prévia (50,5 contra 50,1), com alta em especial na Alemanha (52,5 contra 50,8), enquanto na França o dado veio abaixo do previsto (51,5 contra 51,9). As vendas no varejo na Zona do Euro de julho tiveram queda de -1,3% M/M, contra mediana de projeções de +1,0% M/M.
Os índices futuros de ações nos EUA têm queda no momento. Há recuo mais forte no futuro do NASDAQ (-0,75%) do que nos outros índices (-0,08% no Dow Jones e -0,29% no S&P500), devido ao movimento de rotação mencionado acima. Ainda assim, o nível desses índices ainda é bastante próximo das máximas. O dólar se valoriza hoje contra a maioria das moedas, com o índice DXY subindo 0,05%. Os juros futuros americanos estão em leve alta no momento, com o yield da Treasury de 10 anos subindo 1 pb, para 0,6559% a.a.. Hoje sairão dados de pedidos semanais de seguro desemprego, que devem ter recuado para 950 mil, e de índices de gerentes de compras de serviços, que devem ter se estabilizado em 54,7 para o PMI e 57,0 para o ISM.
Os preços de commodities têm realização hoje, com queda de -0,62% no índice geral da Bloomberg. O preço de petróleo tipo WTI recua -2,0%, cotado a US$ 40,68/barril. Há recuos também nos metais preciosos (-0,37% ouro, -0,12% prata). Entretanto, os preços de commodities metálicas seguem em forte alta (0,14% cobre, 1,47% ferro e 1,00% níquel).
No Brasil, a reforma administrativa será apresentada pelo Executivo às 18:00, com regras valendo para novos funcionários públicos. A Câmara dos Deputados também apresentará uma reforma própria, que valeria apenas para funcionários do Legislativo. Hoje sairá o dado de produção industrial de julho, com expectativa mediana do mercado apontando para desaceleração em relação ao mês passado (5,9% M/M contra 8,9% M/M), mas ainda num ritmo de crescimento forte. Os mercados brasileiros devem se beneficiar dos avanços nas reformas estruturais e do crescimento da atividade, com alta no Ibovespa e valorização do real. Os juros futuros, por sua vez, devem ter queda de inclinação, com recuo menor nos vencimentos curtos.