Hoje na Economia – 07/10/2020

Mercados abrem os negócios, nesta manhã de quarta-feira, sem direcional claro, tentando se recuperar das perdas do pregão de ontem. O dia começa repercutindo a decisão do presidente Donald Trump de suspender as negociações em torno do novo pacote fiscal, deixando o assunto para depois das eleições. A isso se juntam as medidas de restrições à mobilidade social que recrudescem em vários países europeus diante do avanço de nova onda de infecções por coronavírus.

Na Ásia, os mercados fecharam em alta, com a forte valorização das ações de tecnologia. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific fechou o dia com ganho de 0,40%, terceira alta consecutiva. Na Austrália, o governo anunciou orçamento fiscal para 2021, prevendo um déficit fiscal da ordem de 11% do PIB. O objetivo do governo é elevar o estímulo fiscal para apoiar a economia, o que teve boa repercussão, favorecendo a alta nas bolsas asiáticas. O índice S&P500/ASX da bolsa de Sidney encerrou o dia em alta de 1,25%. Hong Kong acompanhou o otimismo australiano: o índice Hang Seng se valorizou 1,09%, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,89% em Seul, graça as ações de tecnologia. No Japão, o índice Nikkei fechou em leve queda de -0,05% em Tóquio. Na China, mercados seguem fechados em virtude de feriado nacional. O dólar se valorizou frente à moeda japonesa, sendo negociado a 106,05 ienes de 105,64 ienes de ontem à tarde.

Na Europa, as bolsas da região operam em baixa, repercutindo a decisão do presidente Trump em interromper as negociações com os democratas em torno do pacote fiscal para o país. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra queda moderada de -0,16%, no momento. Em Londres, o FTSE100 cai -0,20%; o CAC40 recua -0,11% em Paris; em Frankfurt, o DAX se desvaloriza -0,24%. O euro é negociado a US$ 1,1757, contra US$ 1,1733 do final de terça-feira. Na agenda, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, deve enfatizar, em discurso hoje, a necessidade de se reforçar o suporte fiscal às economias da região, enquanto não houver medidas definitivas para conter a pandemia.

Nos EUA, os índices futuros de ações operam em alta buscando reação, após a forte aversão ao risco na tarde de ontem que se seguiu a notícia de que o presidente Donald Trump decidiu interromper as negociações em torno do novo pacote fiscal para o país. O futuro do S&P 500 sobe 0,56%, enquanto há alta de 0,52% no Dow Jones e de 0,56% no NASDAQ. O dólar mostra valorização moderada diante das principais moedas de países desenvolvidos, com o índice DXY subindo 0,10%. Os juros futuros estão em alta, com o yield da Treasury de 10 anos subindo 3 pb, para 0,77% a.a… Na agenda, o Fed divulga a ata da reunião de política monetária (Fomc) de setembro, que deverá trazer subsídios para se avaliar o pensamento da autoridade monetária em relação ao atual quadro conjuntural da economia americana e os instrumentos que dispõe para dar suporte ao crescimento.

No mercado de petróleo, o contrato futuro do produto tipo WTI, para entrega em novembro, é negociado a US$ 40,09/barril, com queda de -1,45%. Demais commodities também operam em queda: o índice geral de commodity da Bloomberg registra recuo de -0,30%, no momento.

No mercado interno, a FGV divulga o IGP-DI de setembro, que deve apresentar alta de 3,27% no mês e 18,35% em doze meses, apresentando os primeiro sinais de arrefecimento após as fortes altas recentes. No âmbito político, o aviso do presidente Bolsonaro que não endossará propostas polêmicas para financiamento do programa Renda Brasil/Cidadã antes das eleições colocou em banho-maria as discussões em torno do tema. Sem perspectivas de avanços com as PECs e outras reformas, investidores devem optar por posições defensivas, no dia de hoje.