Hoje na Economia – 05/11/2020
Mercados globais operam majoritariamente em alta hoje, com a percepção de que a eleição nos EUA deve resultar num governo dividido, em especial entre as câmaras do Congresso, o que deve, por um lado, evitar que um pacote de estímulo fiscal mais ambicioso seja aprovado, mas, por outro, impedir os cortes de impostos para empresas feitos na administração Trump de serem revogados.
Na Ásia, a maioria das bolsas de ações fechou em alta. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific subiu 2,1%, com destaque para avanços de empresas de tecnologia na China, devido à maior possibilidade de Biden ganhar a presidência nos EUA. Houve altas de 1,73% no índice Nikkei225 do Japão, 3,25% no Hang Seng de Hong Kong, 1,30% na bolsa de Xangai e 2,40% no KOSPI de Seul. O iene está se valorizando diante do dólar, +0,21%, cotado a ¥/US$ 104,30. O PMI de serviços no Japão subiu em relação à prévia divulgada anteriormente, de 46,6 para 47,7.
Na Europa as bolsas operam em alta também. O índice pan-europeu STOXX600 sobe 0,54%, com avanços de 0,09% no FTSE100 de Londres, 0,57% no CAC40 de Paris e 0,74% no DAX de Frankfurt. O Banco da Inglaterra aumentou o estímulo monetário na reunião de hoje, mantendo a taxa de juros básica em 0,10%, mas subindo a meta de compra de títulos de £ 745 bi para £ 895 bi, sendo que a mediana de expectativas do mercado era de alta para £ 845 bi. Isso faz a libra se valorizar menos que o euro diante do dólar, +0,32% comparado com +0,43%. A libra está sendo trocada de mãos a US$/£ 1,3029, contra US$/€ 1,1776 do euro. Na Alemanha, as encomendas à indústria cresceram menos que o esperado (0,5% M/M contra 2,0%), já refletindo em parte a desaceleração pelo aumento de casos de Covid-19. Hoje ainda sairá o dado de vendas no varejo na Zona do Euro em setembro, que deve ter caído -1,5% M/M pelo mesmo motivo.
No mercado americano, os índices futuros de bolsas estão em alta. Há avanços de 0,82% no Dow Jones, 1,20% no S&P500 e 2,22% no NASDAQ. O dólar está perdendo valor das principais moedas, com o índice DXY caindo 0,24%, mas está se valorizando diante de algumas divisas de países em desenvolvimento, como Rússia e Turquia. Os juros futuros seguem recuando, com a Treasury de 10 anos caindo 4 pb, para 0,724% a.a.., com a percepção de que a política monetária terá de fazer mais pelo crescimento, uma vez que a fiscal não terá muito espaço no governo dividido dos EUA. Hoje ocorre a reunião do FOMC, com a expectativa sendo de poucas surpresas e manutenção dos juros e dos programas de compras de títulos no patamar e ritmo atual, respectivamente. Os pedidos semanais de seguro desemprego devem recuar ligeiramente, de 751 mil para 735 mil.
No mercado de commodities, o índice geral da Bloomberg sobe 0,42%, impulsionado pelas altas nas commodities agrícolas, como soja (1,24%), milho (1,05%) e trigo (1,44%). Por outro lado há queda de -1,14% no minério de ferro e -1,00% no petróleo, com o preço do barril tipo WTI sendo negociado a US$ 38,76.
Ontem na política brasileira o veto do presidente Bolsonaro sobre a desoneração da folha de pagamento para 17 setores foi derrubado por ampla maioria no Congresso, porém na terça houve aprovação da autonomia do BC no Senado, com o texto agora indo para a Câmara e devendo ser votado apenas depois das eleições municipais. Hoje a lei de falências pode ser votada no Senado. A agenda econômica no Brasil é menor hoje, apenas com a divulgação do PMI serviços de outubro. O avanço de votações na agenda legislativa, com a perda do veto já estando no preço, deve fazer os juros futuros recuarem hoje. O ambiente externo melhor deve ajudar o Ibovespa a subir, enquanto o real deve seguir a tendência da maioria das moedas e dos ganhos de commodities e se valorizar diante do dólar.