Hoje na Economia – 17/11/2020
Mercados abrem terça-feira negativos, de forma geral, com o otimismo de ontem em relação a vacinas de Covid-19 sendo substituído por receios em relação ao aumento da doença nos EUA no momento, que está levando à volta de medidas restritivas de mobilidade que devem afetar negativamente a economia no curto prazo.
As bolsas asiáticas ainda fecharam em alta, reagindo aos mercados ocidentais ontem e à perspectiva de maior crescimento na economia chinesa. O índice regional MSCI Asia Pacific subiu 0,2%, com avanços de 0,42% no índice Nikkei225 e 0,13% no Hang Seng de Hong Kong. A bolsa de Xangai teve queda de -0,21%. O iene está se valorizando 0,27% contra o dólar, cotado a ¥/US$ 104,30, enquanto o yuan ganhou 0,47% contra a divisa americana, ficando no nível mais valorizado desde junho de 2016, 6,5540.
Na Europa as bolsas operam em baixa. Há queda de -0,19% no índice pan-europeu STOXX600, com recuos de -0,52% no FTSE100 de Londres, -0,15% no CAC40 de Paris e -0,12% no DAX de Frankfurt. O euro está se valorizando diante do dólar, +0,13%, cotado a US$/€ 1,1867. A libra está ganhando mais valor, +0,36%, cotada a US$/£ 1,3244, com maior otimismo em relação às negociações sobre o Brexit.
As bolsas americanas estão operando sem direção única no momento. Há queda nas ações mais cíclicas e alta nas defensivas, como o setor de tecnologia, o que faz o futuro do NASDAQ subir 0,26% enquanto há recuo de -0,34% no futuro do Dow Jones e -0,37% no futuro do S&P500. O dólar está se desvalorizando diante das outras moedas, com o índice DXY recuando -0,22%. Ainda assim, diversas divisas de países em desenvolvimento mais frágeis se depreciam fortemente diante do dólar, casos do rand sul-africano (-0,46%), lira turca (-0,84%), rublo russo (-0,46%) e peso mexicano (-0,27%). Os juros futuros curtos estão estáveis, mas os mais longos estão em queda, com o yield da Treasury de 10 anos recuando 1 pb, par 0,89% a.a.. Hoje serão divulgados dados importantes de atividade referentes a outubro, com expectativa de desaceleração nas vendas no varejo (de 1,9% M/M para 0,5% M/M), mas alta na produção industrial (de -0,6% M/M para +1,0% M/M).
A maior parte dos preços de commodities tem alta hoje. O índice geral da Bloomberg sobe 0,14%, influenciado pelas commodities metálicas e agrícolas, que avançam devido ao maior crescimento da demanda chinesa. Há alta de 1,50% no minério de ferro, 1,80% no cobre e 1,28% na soja. Por outro lado, há ligeira queda no preço de petróleo, -0,12% no caso do petróleo tipo WTI, com o barril sendo negociado a US$ 41,30.
No Brasil, ontem o Banco Central emitiu um comunicado que deixa em aberto a possibilidade de maior intervenção no mercado de câmbio no final do ano para fazer frente à demanda maior pela divisa americana que os bancos devem ter para se adequar à nova legislação sobre overhedge. Isso deve fazer o real se valorizar hoje, apesar do que acontece nos outros países emergentes. O IPC-FIPE da 2ª semana subiu 1,12%, igual às expectativas, desacelerando em relação à semana anterior, de 1,16%. Os juros futuros devem recuar, devido à possível valorização do real e sem surpresas inflacionárias negativas hoje. A bolsa, por sua vez, deve cair, seguindo a tendência mundial, podendo mudar sua trajetória caso algum avanço na agenda política de reformas estruturais seja anunciado hoje.