Hoje na Economia – 16/12/2020
Investidores otimistas em relação à possibilidade de que democratas e republicanos cheguem a um acordo quanto ao pacote de estímulo fiscal, com negociadores efetuando esforços para aprovação de um programa de ajuda no valor de US$ 748 bilhões, nos próximos dias. A perspectiva de mais estímulo fiscal nos EUA e seus efeitos sobre a economia mundial sustentam o apetite ao risco nesta manhã, deixando em segundo plano os temores com a nova onda global de casos de covid-19.
Na Ásia, as bolsas de ações fecharam em alta, com exceção do mercado chinês. Em Xangai, o índice Composto apurou perda marginal de -0,01%. Ações ligadas ao consumo em geral subiram, contrabalançadas pela queda nos papéis de semicondutores e tecnologia. No Japão, o índice Nikkei registrou ganho de 0,26% em Tóquio, com destaque para as ações de siderúrgicas e transportadoras marítimas. Na Coreia do Sul, o índice Kospi teve alta de 0,54%, enquanto o Hang Seng subiu 0,97% em Hong Kong. Em Taiwan, o Taiex se valorizou 1,68%, no pregão desta quarta-feira.
Em dia de maior apetite ao risco, o dólar opera em queda ante outras moedas principais. O índice DXY do dólar, que segue o valor da moeda americana diante de uma cesta de moedas, encontra-se em 90,14 pontos, recuando -0,37%. O euro se valoriza 0,40%, cotado a US$ 1,2200. A libra é negociada a US$ 1,3501, com alta de 0,32%, impulsionada pelas boas perspectivas que cercam o acordo comercial pós-Brexit entre Reino Unido e União Europeia. A moeda japonesa se valoriza 0,31%, com o dólar valendo 103,35 ienes. As Treasuries operam sem direcional claro enquanto se espera pela reunião de política monetária do Fed, hoje às 16hs. Expectativa é de que o Fed ajuste seu “forward guidance”, ampliando o atual programa de compra de ativos (US$ 120 bilhões/mês). No momento, o juro da T-Bond de 10 anos encontra-se em 0,92%, subindo um ponto base. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam com ganhos moderados: Dow Jones +0,19%; S&P 500 +0,24%; Nasdaq +0,38%. Na agenda econômica, serão divulgadas as vendas do comércio varejista de novembro, que deverá mostrar recuo de -0,3% na comparação com outubro.
Na Europa, a leitura preliminar dos índices dos gerentes de compras de dezembro veio ligeiramente melhor do que as projeções dos analistas. O PMI-composto da zona do euro aumentou de 45,3 em novembro para 49,8 em dezembro, com avanço marginal tanto no setor industrial como no setor de serviços. Esse resultado reforça cenário de crescimento positivo, ainda que modesto, para a economia da região no último trimestre do ano, em meio ao forte avanço da pandemia em vários países europeus. No mercado de ações, o índice STOXX600 opera com alta de 0,86%, nesta manhã. Em Londres, o FTSE100 sobe 1,13%; o CAC 40 avança 0,89% em Paris; em Frankfurt, o DAX se valoriza 1,55%.
Os preços de commodities operam em sua maioria em alta no momento. O índice geral da Bloomberg sobe 0,44%, em que pese à queda de -0,13% registrado pelo petróleo tipo WTI, que é negociado a US$ 47,54/barril, nesta manhã.
Hoje o Congresso deve votar a Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2021. Foi fixada em R$ 247 bilhões a meta fiscal para o próximo ano, já incluído os R$ 20 bilhões que deverão ser gastos com o programa de vacinação. As despesas com a vacina ficam de fora do teto dos gastos, por se tratar de gastos com a pandemia. O otimismo com o pacote fiscal americano e com a intenção do Fed de reforçar o seu QE, favorecendo o fluxo para emergentes, deve sustentar a alta da Bovespa e a apreciação do real ante o dólar. Os DIs futuros devem mostrar recuo diante do ambiente de menor aversão ao risco.