Hoje na Economia – 22/12/2020
Mercados financeiros globais operam sem direção única, com muitos se recuperando das quedas vistas ontem, devido à nova cepa de coronavírus descoberta no Reino Unido, que pode ser até 70% mais contagiosa. Diversos países interromperam seu fluxo de viagens com o Reino Unido devido a isso. Ontem o Congresso americano aprovou o pacote fiscal de US$ 900 bi que garante pagamento de US$ 300 adicionais de seguro desemprego semanal até março.
Na Ásia, as bolsas fecharam em queda, seguindo os mercados ocidentais de ontem. O índice regional MSCI Asia Pacific caiu -1%, com recuos de -1,04% no Nikkei225 do Japão, -0,71% no Hang Seng de Hong Kong, -1,86% na bolsa de Xangai e -1,62% no KOSPI de Seul. O iene está se desvalorizando diante do dólar, -0,08%, cotado a ¥/US$ 103,40.
Na Europa, as bolsas se recuperam parcialmente da forte queda de ontem. Há altas de 0,02% no FTSE100 de Londres, 0,66% no CAC40 de Paris e 0,82% no DAX de Frankfurt, além de 0,66% no índice pan-europeu STOXX600. O euro está se desvalorizando diante do dólar, -0,14%, cotado a US$/€ 1,2227, enquanto a libra cai mais diante da divisa americana, -0,20%, cotada a US$/£ 1,3437. As negociações em relação ao Brexit não avançaram, com uma oferta do primeiro ministro britânico Boris Johnson sendo recusada pelos negociadores europeus.
Os índices futuros de bolsas americanas operam sem direção única no momento. Há alta de 0,11% no S&p500 e 0,34% no NASDAQ, porém quedas de -0,18% no Dow Jones. O dólar ganha valor contra as principais moedas, com o índice DXY subindo 0,16%. Os juros futuros estão basicamente estáveis, com o yield da Treasury de 10 anos avançando menos de 1 pb, para 0,9363% a.a.. Hoje sairão dados de dezembro referentes à confiança do consumidor do Conference Board (que deve ter subido de 96,1 para 97,0) e índice de atividade do Fed de Richmond (que deve ter recuado de 15 para 10). Dados de housing de novembro também serão divulgados, com as vendas de casa existentes devendo ter se acomodado -2,2% M/M.
Os preços de commodities caem hoje. O índice geral da Bloomberg tem recuo de -0,43%. Há quedas fortes nos preços de petróleo (o barril tipo WTI está sendo negociado a US$ 47,33, um recuo de -1,33%) e cobre (-1,73%). As quedas nos outros preços são mais modestas (ouro -0,28%, ferro -0,26%, soja -0,20%).
Hoje no Brasil já saiu o dado de confiança do consumidor da FGV. Ele ficou em 78,5 em dezembro, um recuo em relação ao dado de novembro (81,7), mas melhor que a prévia divulgada anteriormente (77,6). O IPCA-15 de dezembro será divulgado hoje, com a mediana de projeções indicando aceleração de 0,81% para 1,17%. Um risco fiscal ronda a agenda política hoje, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, podendo pautar PEC que aumenta o fundo de participação dos municípios, algo que aumentaria os gastos em R$ 4 bi ao ano. A base governista e o ministério da Economia devem trabalhar para evitar que isso passe hoje. Os ativos brasileiros devem abrir melhor do que ontem, com recuperação parcial das perdas devido à nova cepa de coronavírus. A bolsa brasileira deve subir, mas o real deve seguir se depreciando, seguindo movimento no exterior e queda de termos de troca. Os juros futuros devem responder ao IPCA-15 e à votação no Congresso de hoje.