Hoje na Economia -25/03/2021

Hoje na Economia -25/03/2021

Mercados financeiros globais operam sem direção única na quinta-feira, com bolas alternando quedas e altas devido a notícias de cada país, sem um fator global unindo-as.

Na Ásia as bolsas tiveram comportamentos bem diferentes. O índice Nikkei225 de Tóquio e o KOSPI de Seul tiveram a primeira alta em quatro pregões, avançando 1,14% e 0,40%, respectivamente. Já as bolsas chinesas tiveram quedas. A bolsa de Xangai recuou -0,10% e o Hang Seng de Hong Kong -0,07%, afetadas pela decisão do órgão regulador americano SEC de poder tirar das bolsas americanas empresas que sejam controladas pelos governos de seus países, afetando empresas de tecnologia chinesas. O índice regional MSCI Asia Pacific caiu -0,1%. O iene está se desvalorizando diante do dólar, -0,30%, cotado a ¥/US$ 109,06.

Na Europa bolsas operam em queda, ainda sentindo efeitos negativos de medidas para combater Covid-19, como lockdowns em diversos países. O índice pan-europeu STOXX 600 recua -0,09%, com quedas de -0,08% no FTSE100 de Londres, -0,17% no CAC40 de Paris e -0,11% no DAX de Frankfurt. O euro está se valorizando diante do dólar, +0,03%, cotado a US$/€ 1,1817. A confiança do consumidor na Alemanha veio melhor que esperado, -6,2 contra expectativa de -12,1.

Nos EUA, os índices futuros de ações operam em alta. Há avanços de 0,43% no NASDAQ, 0,27% no Dow Jones e 0,26% no S&P500. O dólar está operando sem direção única contra outras moedas, com o índice DXY subindo 0,05%. Os juros futuros estão em leve alta, com o yield da Treasury de 10 anos subindo 1 pb, para 1,61% a.a., um patamar relativamente baixo em comparação com momentos de estresse das últimas duas semanas. Hoje ocorre o leilão de títulos do Tesouro americano de 7 anos. No mês anterior, esse leilão teve demanda menor que esperada e o mercado reagiu negativamente. Hoje sairão dados de pedidos semanais de seguro desemprego (expectativa de queda de 770 mil para 730 mil), e índice de atividade do Fed de Kansas City (expectativa de alta de 24 para 26).

Os preços de commodities operam sem direção única. O índice geral da Bloomberg tem queda de -0,89%, influenciado em grande parte pelo preço do petróleo. O barril tipo WTI é negociado a US$ 59,96, uma queda de -1,99%, sendo afetado por lockdowns europeus e pela questão do bloqueio do canal de Suez. Algumas outras commodities operam em queda, como soja (-0,49%), cobre (-0,03%) e milho (-0,63%), porém outras têm alta significativa, como ferro (2,69%) e níquel (0,25%).

Hoje no Brasil será divulgado o dado do IPCA-15 de março. A expectativa do mercado é de aceleração para 0,96% M/M. Também será divulgado o relatório trimestral de inflação do Banco Central. A ata do Copom já havia afetado o mercado de juros ao trazer tom mais hawkish e otimista com atividade, o relatório de inflação pode intensificar esse movimento, com bastante atenção devendo ser dada à entrevista do presidente do BC, Roberto Campos Neto. Ontem o discurso do presidente da Câmara, Arthur Lira, foi consideravelmente duro com o Executivo, ao proteger o Grupo de Trabalho criado por outros poderes para lidar com a pandemia. Hoje o Congresso deve votar o orçamento de 2021, com pressão de alguns políticos para aumentos de gastos. Os mercados brasileiros devem ter mais um dia de queda. A bolsa deve recuar e os juros futuros subirem, com aumento de incerteza política. O discurso de Campos Neto pode afetar a parte longa da curva de juros, que subiu consideravelmente após a reunião do Copom na semana passada. O real, por sua vez, pode se valorizar, com intervenções do Banco Central no mercado de câmbio.

Topo