Hoje na Economia – 29/09/2021
Os mercados operam em alta nesta manhã, buscando se recuperar das pesadas perdas da sessão de ontem. No radar dos investidores permanecem preocupações com a crise da imobiliária chinesa Evergrande e quanto à elevação do teto da dívida pública americana, que poderá levar ao fechamento parcial das atividades (shutdown) do governo dos EUA.
Na Ásia, as bolsas da região registraram fortes quedas, acompanhando o movimento de baixa das bolsas de Wall Street ontem, diante das pesadas vendas de Treasuries motivadas por preocupações com a inflação, levando a fuga de ativos de risco. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific fechou com queda de 1,2% no pregão de hoje. Na China, o banco central (PBoC) voltou a injetar liquidez no sistema financeiro local (aproximadamente US$ 16 bilhões), através de operações de curto prazo. Esse tipo de operação visa dar suporte às empresas do setor imobiliário, particularmente as mais frágeis, abaladas pela crise envolvendo a Evergrande. Notícias de que a Evergrande fechou um acordo para a venda de uma fatia do banco comercial do grupo deu ânimo aos investidores. A bolsa de Hong Kong foi a única a fechar em alta na região, com Hang Seng valorizando 0,67%. Na China, as perdas vieram na esteira de cortes de energia, levando a novas rodadas de rebaixamento nas previsões de crescimento da economia chinesa. O índice Xangai Composto recuou 1,83%, no pregão de hoje. No Japão, o Nikkei sofreu queda de 2,12% em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi perdeu 1,22% em Seul e o Taiex caiu 1,90% em Taiwan. No mercado de moedas, o iene é negociado a ¥ 111,32/US$ apreciando 0,15%, reflexo da busca por porto seguro.
No mercado americano, os índices futuros das bolsas de Nova York operam em alta nesta manhã, enquanto os juros dos Treasuries recuam. O futuro do Dow Jones sobe 0,57% no momento; enquanto o S&P 500 avança 0,74% e o Nasdaq valoriza 0,86%. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recuou três pontos base, para 1,51% ao ano. O índice DXY do dólar exibe alta marginal: +0,04%, situando-se em 93,81 pontos, mantendo os ganhos do pregão de ontem, quando foi estimulado pelo avanço dos juros dos Treasuries. Os investidores deverão monitorar as falas dos dirigentes do Fed, incluindo o presidente Jerome Powell, além da divulgação de indicadores sobre o setor imobiliário. Devem também acompanhar as discussões sobre a ampliação do teto da dívida dos EUA, que pode evitar o shutdown a partir de sexta-feira próxima.
Na Europa, os mercados de ações voltam a operar no azul, puxados por ações de tecnologia, que se recuperam após as fortes quedas no pregão de ontem. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra alta de 0,97%, no momento. Em Londres, o FTSE100 sobe 0,88%; O CAC40 avança 1,06% em Paris; em Frankfurt, o DAX valoriza 1,02%. O euro é negociado a US$ 1,1670/€, depreciando 0,11%, enquanto a libra vale US$ 1,3516/£, perdendo 0,16%.
No mercado de petróleo, o contrato futuro do produto tipo WTI é negociado a US$ 74,67/barril, desvalorizando 0,86%, ampliando as perdas da sessão de ontem, após a American Petroleum Institute (API) relatar aumento dos estoques da commodity nos EUA.
Na agenda doméstica, a FGV divulga o IGP-M de setembro, que deve mostrar deflação de 0,45%, reduzindo o acumulado em 12 meses para 25,12%, conforme as projeções do mercado. O Banco Central, por sua vez, divulga o resultado fiscal primário do setor público consolidado de agosto, que deve bater a previsão dos analistas após o resultado surpreendente do governo central divulgado ontem. O Caged divulga a criação de vagas no setor formal do mercado de trabalho em agosto. No mês foram gerados 300 mil novos empregos, segundo a estimativa do mercado. A Bovespa deve recuperar parte das perdas de ontem, enquanto o dólar deve mostrar leve recuo e os juros futuros devem operar em queda nos vértices mais longos.