HOje na Economia – 17/11/2021
Os investidores abrem os negócios, nesta quarta-feira, digerindo os bons números de atividade divulgados nos EUA ontem, reforçando o cenário quanto à proximidade do momento em que o Fed começará a subir os juros. Esse sentimento mantém o valor do dólar próximo ao maior patamar em um ano, enquanto os juros dos títulos soberanos sobem.
Na Ásia, as preocupações com o momento em que o Fed iniciará o ajuste de sua estratégia monetária e a alta dos juros dos treasuries derrubaram as bolsas locais, interrompendo quatro pregões de valorizações sucessivas. O índice MSCI Asia Pacific fechou o dia com queda de 0,60%. No Japão, o índice Nikkei registrou queda de 0,40% em Tóquio, em movimento de realização de lucros após os ganhos recentes. Na China, a bolsa de Xangai encerrou a sessão desta quarta-feira com valorização de 0,44%, captando a melhora de humor decorrente da reunião virtual entre os líderes da China e dos EUA, no início desta semana. Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 0,25%; após seis altas consecutivas, abrindo espaço para movimentos de realização de lucros. Na Coreia do Sul, o Kospi registrou perda de 1,16% em Seul, enquanto em Taiwan, o Taiex fechou com alta de 0,40%.
Na Europa, as bolsas locais não mostram um denominador comum. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, exibe alta discreta de 0,06%, no momento. Em Londres, o FTSE100 recua 0,28%, impactado pela expectativa de alta iminente dos juros pelo Banco da Inglaterra (BoE), após a inflação ao consumidor de outubro superar as expectativas (alta de 1,1% m/m contra previsão de 0,9 m/m). Em outras praças, os índices oscilavam próximos da estabilidade: o CAC40 exibe avanço de 0,04% em Paris; em Frankfurt, o DAX sobe 0,11%, nesta manhã. A inflação ao consumidor da zona do euro subiu 0,8% m/m em outubro, acumulando alta de 4,1% na comparação anual, vindo de acordo com o esperado pelos analistas.
No mercado americano, o juro pago pelo T-Bond de 10 anos encontra-se em 1,63% ao ano, enquanto o de 2 anos subiu para 0,524% ao ano. O dólar sustenta os avanços observados, recentemente, frente a uma cesta de moedas. O índice DXY do dólar encontra-se em 95,51 pontos, próximo ao pico dos últimos doze meses. O dólar avança a 114,88 ienes, o euro recuou para US$ 1,1312 e a libra subiu para US$ 1,3440. Os índices futuros das bolsas de Nova York oscilam próximos à estabilidade nesta manhã, indicando para um pregão não muito diferente de ontem, quando registrou leves ganhos. No momento, o futuro do Dow Jones cai 0,05%; S&P 500 recua 0,02%; Nasdaq registra alta de 0,10%. Hoje, a agenda de indicadores americanos é modesta, contemplando dados sobre construções de moradias e discursos de dirigentes do Fed.
No mercado de commodities, o contrato futuro do petróleo tipo WTI, para dezembro, é negociado a US$ 80,34/barril, com queda de 0,52%, nesta manhã. O índice geral de commodity Bloomberg registra queda de 0,23%.
No mercado interno, o Ministério da Economia divulgará as estimativas para o crescimento da economia em 2022. Provavelmente, deverá projetar crescimento em torno de 2% para o ano, na contramão do mercado que projeta crescimento próximo a zero ou mesmo negativo. Para o Ibovespa, o contexto permanece negativo com desaceleração da atividade econômica, juros elevados e bolsas internacionais pressionadas pela expectativa de aperto monetário nos EUA. O real deve continuar pressionado diante do fortalecimento global do dólar e pelas incertezas fiscais, afetando também a curva de juros futuros.