Hoje na Economia – 10/12/2021
Os investidores abrem os negócios nesta sexta-feira cautelosos, sopesando as ameaças da variante ômicron do coronavírus ao crescimento econômico em meio às notícias sobre eficácia de vacinas conhecidas. A divulgação da inflação ao consumidor nos EUA, que poderá confirmar o ambiente de fortes pressões inflacionárias correntes, também está no radar, justificando a cautela no dia de hoje.
Na Ásia, as bolsas fecharam em queda, após três pregões de ganhos consecutivos. As incertezas em relação à cepa ômicron do coronavírus e os defaults da Evergrande e Kaisa Group, que oficialmente não pagaram suas dívidas em dólar, abriram espaço para realização de lucros. O índice regional MSCI Asia Pacific terminou o dia com perda de 0,50%. Na Coreia do Sul, foi registrado o terceiro dia consecutivo com mais de 7 mil casos da doença, em uma onda de infecções que já sobrecarrega os hospitais. Na bolsa de Seul, refletindo esse quadro, o índice Kospi fechou com queda de 0,64%. No Japão, o Nikkei cedeu 1,0% em Tóquio, com forte queda nos papéis das empresas aéreas, prejudicadas pelo avanço de novos casos causados pela ômicron. Na China, o índice Xangai Composto recuou 0,18%, enquanto o Hang Seng registrou queda de 1,07% em Hong Kong. Com default oficialmente reconhecido, a ação da Evergrande caiu 1,67%, enquanto os papéis da Kaisa permanecem com negociação suspensa. Em Taiwan, o índice Taiex fechou com perda de 0,49% na sessão desta sexta-feira.
As bolsas na Europa operam majoritariamente em baixa. Pesam sobre o humor dos participantes do mercado as preocupações com a inflação e com o avanço da covid-19 na região, forçando vários governos a impor fortes restrições à mobilidade social. Na Alemanha, a inflação ao consumidor atingiu em novembro o maior nível desde 1992, enquanto no Reino Unido a produção industrial registrou queda inesperada em outubro. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, recua 0,35%, nesta manhã. Em Londres, o FTSE100 perde 0,11%; em Paris e em Frankfurt, o CAC40 e O DAX desvalorizam 0,45% e 0,31%, respectivamente.
Nos EUA, espera-se pela divulgação da inflação ao consumidor de novembro, que deve mostrar alta 6,8% para o índice cheio e 4,9% para o seu núcleo, ambos na métrica interanual. O indicador deve agravar o crescente desconforto com a inflação, reforçando expectativas de aceleração do ritmo do “tapering” e antecipação da alta dos juros. Nesta manhã, o juro pago pelo T-Bond de 10 anos sobe um ponto base para 1,51% ao ano. O índice DXY do dólar mostra tímida alta (+0,03%) no momento, enquanto se espera pelo dado de inflação. O euro recua para US$ 1,1286/€ após a divulgação da inflação na Alemanha, enquanto a libra também se enfraquece – cai para US$ 1,3203/£ – após os fracos dados sobre a produção industrial inglesa. Para o mercado de ações, a expectativa é otimista para hoje, conforme se deduz do comportamento dos principais índices futuros das bolsas de Nova York, no momento. O futuro do Dow Jones sobe 0,12%; o S&P 500 avança 0,21% e o Nasdaq registra alta de 0,16%.
As cotações do petróleo exibem altas, neste momento, recuperando-se das quedas causadas pela ameaça representada pelo avanço da variante ômicron do coronavírus sobre a demanda da commodity. No momento, o contrato futuro do petróleo tipo WTI para janeiro sobe 0,34%, negociado a US$ 71,21/barril.
Por aqui, a inflação também estará no foco dos investidores, especialmente, após o Copom adotar um discurso bem hawkish ao acentuar suas preocupações com a desancoragem das expectativas. O IBGE divulga, às 9hs, o IPCA de novembro, que deverá exibir alta de 1,10% no mês, acumulando inflação de 10,9% em doze meses, segundo o consenso do mercado. A inflação, nos EUA e aqui, deve dar o tom aos mercados domésticos, nesta sexta-feira.