Hoje na Economia- 20/12/2021

Hoje na Economia- 20/12/2021

Nesta manhã, prevalece um ambiente de clara aversão ao risco, derrubando as bolsas da Ásia, abertura negativa na Europa e futuros americanos exibindo fortes quedas. As preocupações com a disseminação da variante ômicron do coronavírus minam o sentimento do consumidor, diante do aumento global de casos impondo o aperto de restrições e fechamento de atividades por parte dos governos às vésperas dos feriados natalinos.

Na Ásia, os temores da ameaça representada pela ômicron à atividade econômica levaram as principais bolsas da região a operar em queda. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific, registrou baixa de 0,90%, nesta segunda-feira. No Japão, o índice Nikkei caiu 2,13% em Tóquio, com destaque para a queda nas ações das montadoras e do setor bancário. Em Hong Kong, o Hang Seng recuou 1,93%, enquanto o sul-coreano Kospi perdeu 1,81% em Seul. Na China, o banco central (PBoC) local cortou a sua taxa de juros de referência (LPR) para empréstimos de um ano de 3,85% para 3,80%, a primeira mudança em 20 meses. A intenção é aumentar a oferta de crédito mais barato para estimular a atividade econômica. Em Xangai, o índice Composto contabilizou queda de 1,07%. Em Taiwan, o Taiex teve queda de 0,81%.

No EUA, o senador democrata, Joe Manchin, disse que não apoiará a agenda de investimentos proposta pelo presidente Joe Biden, que prevê gastos em torno de US$ 2 trilhões em investimentos em educação, saúde e clima. Sem contar com apoio do próprio partido, a proposta tem grandes chances de não decolar, o que implicaria em frustração quanto à expectativa de sustentação do crescimento da economia americana nos próximos anos. Temores com a ômicron e frustração da agenda econômica de Biden empurram os índices futuros das bolsas de Nova York para o vermelho, nesta manhã: o futuro do Dow Jones cai 1,55%; S&P 500 recua 1,60%; Nasdaq desvaloriza 1,49%. O ambiente de maior aversão ao risco leva os juros das Treasuries para baixo, com a elevação da procura por segurança. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos cai três pontos base para 1,37% ao ano. O índice DXY do dólar mostra-se estável, nesta manhã, situando-se em 96,55 pontos, à medida que a divisa americana alterna entre perdas e ganhos frente à cesta de moedas fortes. O euro valoriza 0,25% para US$ 1,1268/€, enquanto a libra recua para US$ 1,3205/£ (-0,30%).

Na Europa, a rápida disseminação da variante ômicron do coronavírus tem levado vários países a adotar rígidas medidas de restrição à mobilidade e de isolamento social. Em uma semana encurtada pelos feriados natalinos e de baixa liquidez, as bolsas europeias registram fortes baixas nesta manhã. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, cai 2,10%; em Londres, o FTSE100 recua 1,96%; o CAC40 perde 2,08% em Paris; em Frankfurt, o DAX desvaloriza 2,54%.

No mercado de petróleo, o temor de que a rápida disseminação da variante ômicron do coronavírus afete negativamente a atividade econômica, reduzindo a demanda pela commodity empurra os preços para baixo. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para fevereiro registra queda 5,67% no momento, cotado a US$ 66,84/barril.

Baixa liquidez e fraco apetite ao risco devem prevalecer nos mercados domésticos nos próximos dias. O Ibovespa pode abrir em baixa acompanhando os futuros das bolsas de Nova York, embora possa ser apoiado pelos estímulos econômicos adotados na China. O câmbio deve se manter pressionado diante das preocupações geradas pelo ambiente fiscal e político. Os DIs devem mostrar certa estabilidade no dia de hoje.

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