Hoje na Economia – 07/01/2022
Mercados globais operam sem direção única, com pouca variação à espera da divulgação do dado do mercado de trabalho nos EUA (payroll). Um número surpreendendo para cima pode levar o Fed a ficar ainda mais hawkish, com efeito nos preços de todos os ativos.
Na Ásia, as bolsas fecharam em sua maioria em alta. O índice regional MSCI Asia Pacific subiu 0,5%, com avanços de 1,82% no Hang Seng de Hong Kong e 1,18% no KOSPI de Seul, contra quedas de -0,03% no Nikkei225 de Tóquio e -0,18% na bolsa de Xangai. A inflação ao consumidor em Tóquio veio igual à mediana de projeções, com variação de 0,5% A/A no núcleo. O iene está se valorizando bem ligeiramente diante do dólar, 0,01%, cotado a ¥/US$ 115,82.
Na Europa a maior parte das bolsas opera em ligeira queda. O índice pan-europeu STOXX600 recua -0,25%, com quedas de -0,01% no FTSE100 de Londres, -0,08% no CAC40 de Paris e -0,32% no DAX de Frankfurt. O euro está se apreciando diante do dólar, +0,11%, cotado a US$/€ 1,1309. Os dados europeus sobre atividade divulgados hoje vieram mistos, com queda na produção industrial (-0,2% M/M contra expectativa de 1,0% M/M), balança comercial alemã abaixo da esperada (12,0 bi contra 12,8 bi) e confiança econômica mais baixa que a mediana de projeções (115,3 contra 116,0), porém com alta nas vendas no varejo na Zona do Euro (1,0% M/M contra -0,5% M/M esperado). A inflação ao consumidor na Zona do Euro bateu novo recorde (5,0% A/A) e veio acima das expectativas (4,8% A/A).
Nos EUA, os índices futuros de ações estão operando em ligeira alta, de 0,14% no caso do Dow Jones, 0,25% no S&P500 e 0,30% no NASDAQ. O dólar está perdendo valor diante das principais moedas do mundo, com recuo de -0,22% no índice DXY. Os juros futuros americanos estão caindo levemente hoje, com o yield da Treasury de 10 anos a 1,723% a.a. contra 1,724% ontem, mas ainda estão tendo um dos maiores avanços em uma semana em um ano. Hoje o dado mais importante a ser divulgado é o relativo ao mercado de trabalho americano. A expectativa é de criação líquida de 442 mil vagas, mais que o dobro do mês anterior, com queda de 0,1 pp na taxa de desemprego (para 4,1%) e aceleração dos ganhos salariais em 0,1 pp, de 0,3% M/M para 0,4% M/M.
Os preços de commodities estão subindo hoje. O índice geral da Bloomberg aumenta 0,49%, com avanço de 0,71% no minério de ferro e 0,15% no ouro. O destaque de alta é o petróleo, com o barril tipo WTI sendo negociado a US$ 80,32, um avanço de 1,08%. A alta do petróleo decorre de problemas na oferta, com turbulências na Líbia e no Cazaquistão, além do frio estar atrapalhando o fornecimento do Canadá para os EUA. Por outro lado, há quedas de -1,7% no cobre e -1,2% no níquel.
No Brasil, hoje não é esperado nenhum dado econômico importante. Ontem o presidente Bolsonaro em sua live semanal indicou que vai contrariar a recomendação do Ministério da Economia para que ele vete projeto que permite renegociação de dívidas de pequenas empresas. Notícias sobre o clima pioram as perspectivas para o crescimento brasileiro, com a seca na região Sul indicando grande possibilidade de não haver safra recorde. Há notícias de mais adesões de funcionários públicos às greves por reajustes salariais, com a paralisação de algumas categorias afetando a atividade, em especial de comércio exterior. Hoje o Brasil deve seguir o movimento global e o real deve se valorizar diante do dólar. Antes da divulgação do payroll a tendência é de alta na bolsa e queda nos juros futuros, porém um dado acima do esperado no mercado de trabalho americano pode mudar esse movimento.