Hoje na Economia – 11/01/2022

Mercados globais se recuperam da forte queda vista ontem, causada pelo maior pessimismo com aperto monetário nos EUA. Ontem mesmo o índice de ações de tecnologia dos EUA conseguiu reverter uma forte queda, de mais de -2,7%, para uma ligeira alta, de 0,05%, porém outros índices não conseguiram.

Na Ásia, as bolsas fecharam em sua maioria em queda, refletindo as quedas nos principais índices ocidentais no dia anterior e mais restrições devido a Covid-19 na China e no Japão. O índice regional MSCI Asia Pacific caiu 0,1%, com recuos de -0,03% no Hang Seng de Hong Kong, -0,73% na bolsa de Xangai e -0,90% no Nikkei225 de Tóquio. Por outro lado, houve alta de 0,02% no KOSPI de Seul. O iene está se desvalorizando diante do dólar, -0,20%, cotado a ¥/US$ 115,43.

Na Europa, as bolsas operam em alta. O índice pan-europeu STOXX600 sobe 1,05%, com altas de 0,56% no FTSE100 de Londres, 1,27% no CAC40 de Paris e 1,13% no DAX de Frankfurt. O euro está se apreciando diante do dólar, 0,07%, cotado a US$/€ 1,1334.

Nos EUA, os índices futuros de ações estão operando em alta, com avanços de 0,29% no Dow Jones, 0,45% no S&P500 e 0,70% no NASDAQ.  O dólar está perdendo valor diante das principais moedas do mundo, com queda de -0,08% no índice DXY. Os juros futuros americanos estão caindo, com o yield da Treasury de 10 anos a 1,754% a.a. contra 1,761% ontem. Hoje Jerome Powell deve ser sabatinado no Senado na sua recondução à presidência do Federal Reserve. Mester, George e Bullard, outros membros do FOMC com voto em 2022, também farão discursos hoje em outros eventos. Um linguajar um pouco mais dovish de algum membro do FOMC pode reverter os movimentos de alta nos juros e quedas nas bolsas vistos nas últimas semanas.

Os preços de commodities estão em alta novamente. O índice geral da Bloomberg aumenta 0,65%. O destaque de novo é o petróleo, com avanço de 1,66% no barril tipo WTI, negociado a US$ 79,53. Há alta forte também no ferro (1,63%), e altas menores no níquel (0,30%), outo (0,395) e soja (0,25%). Por outro lado, há queda de -0,87% no cobre.

No Brasil, hoje sairá o IPCA de dezembro. A expectativa mediana do mercado é de alta de 0,64% M/M, o que faria o IPCA terminar o ano com variação de 9,96%. O ministro da Economia Paulo Guedes voltou a falar em não dar reajuste aos funcionários públicos, o que levou a manifestações críticas dos policiais federais. Ontem o presidente Bolsonaro afirmou que o governo deve recuar em relação ao veto do Refis das MEIs, atendendo parte das demandas através de portaria, uma vez que havia grande possibilidade de seu veto ser derrubado pelo Congresso. Ontem os ativos brasileiros foram duramente afetados pelos mercados globais, e hoje devem melhorar seguindo o movimento internacional. O real deve se valorizar, os juros futuros devem cair e a bolsa deve subir. Esses movimentos, em especial nos juros, dependerão muito do número do IPCA, no entanto.