Hoje na Economia – 13/01/2022
A inflação americana fechou 2021 com alta acumulada de 7,0%, atingindo o maior patamar desde 1982. Esse quadro de inflação elevada e persistente reforça a possibilidade de que o Fed promova a primeira alta da taxa básica de juros (Fed Fund) já em março. Reforça, também, o cenário de que a taxa dos Fed Funds, atualmente em 0% ao ano, suba para 1,0% ao final deste ano, refletindo a precificação de quatro altas ao longo deste ano.
Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em baixa com investidores preocupados com a iminência do aperto monetário nos EUA, mas também com a disseminação da variante ômicron do coronavírus pelo mundo. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific, em um pregão volátil, fechou a sessão de hoje com queda de 0,20%. O índice Xangai Composto foi o que apresentou o pior resultado na região, com queda de 1,17%, refletindo a forte queda nas ações das incorporadoras, uma vez que o setor deve enfrentar uma onda de vencimentos de dívidas ao longo dos próximos dias. No Japão, o índice Nikkei perdeu 0,96% em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi cedeu 0,35% em Seul. Por outro lado, em Hong Kong, o Hang Seng apurou ganho moderado de 0,11%, enquanto o Taiex subiu 0,33% em Taiwan.
No mercado americano, os rendimentos dos Treasuries operam em alta, nesta manhã, com investidores à espera dos dados de inflação ao produtor (PPI) e de pedidos de auxílio desemprego que serão divulgados logo mais, além de comentários de vários membros do Fed. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos sobe um ponto base para 1,75% ao ano, enquanto o T-note de 2 anos situa-se em 0,91% ao ano. O índice DXY do dólar opera em baixa nesta manhã (recua 0,13% situando-se em 94,79 pontos), ampliando as perdas da sessão anterior, enquanto o euro sobe para US$ 1,1468/€ (+0,22%) e a libra para US$ 1,3735/£ (+0,26%). Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa modesta: o futuro do Dow Jones cai 0,06%; S&P 500 recua 0,02%; Nasdaq perde 0,10%, no momento.
Na Europa, as principais bolsas de ações operam em baixa, realizando lucros após acumularem ganhos nos dois últimos pregões. Investidores devem acompanhar a divulgação de dados econômicos nos EUA e os comentários de dirigentes do Fed, do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE) que ocorrerão nesta quinta-feira. No momento, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, recua 0,25%. Em Londres, o FTSE100 perde 0,15%; o CAC40 cai 0,45% em Paris; em Frankfurt, o DAX desvaloriza 0,22%.
Os contratos futuros do petróleo operam em baixa, nesta manhã, realizando parte dos ganhos acumulados nas últimas duas sessões, com investidores preocupados com os efeitos da disseminação da variante ômicron do coronavírus sobre a demanda da commodity. No momento, o contrato futuro do petróleo tipo WTI para fevereiro é negociado a US$ 82,47/barril, caindo 0,21%.
No mercado doméstico, os investidores devem acompanhar a divulgação da inflação ao produtor e as falas dos dirigentes do Fed, mas que não devem trazer novidades em relação ao cenário de aperto monetário iminente nos EUA. O Ibovespa deve abrir em baixa acompanhando os futuros americanos nesta manhã, enquanto o real pode sustentar os ganhos de ontem, se beneficiando da fraqueza global do dólar. O IBGE divulga o volume de serviços (PMS) referente a novembro, que deve ter subido 0,2% m/m e 6,9% em relação a novembro/20, segundo as projeções do mercado. Esse dado não deve alterar as apostas majoritárias de um ajuste de 1,5 p.p. da Selic em fevereiro.