Hoje na Economia – 26/01/2022
Os investidores tocam os negócios, nesta manhã, à espera da decisão de política monetária do Fed, a ser anunciada às 16h de Brasília. O encontro deve preparar o terreno para a alta dos juros em março, conforme tem sido alardeado por diversas manifestações de dirigentes do Fed ao longo das últimas semanas. Ademais, além da sinalização da intenção de subir os juros no próximo encontro, serão observados, no comunicado e na entrevista coletiva de Jerome Powell após a reunião, sinais sobre o processo de redução do balanço do Fed, o que será o passo seguinte nesse processo de aperto monetário. Tensões geopolíticas envolvendo Ucrânia e Rússia também seguem no radar.
As bolsas da Ásia operaram sem um denominador comum, oscilando entre margens estreitas após ter fechado a sessão de ontem no menor patamar em 14 meses. O índice MSCI Asia Pacific fechou perto da estabilidade (+0,1%), com as ações de serviços de comunicação e bancos compensando as quedas nos papéis de tecnologia. No Japão, o índice Nikkei caiu 0,44% em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 0,41% em Seul e o Taiex registrou queda de 0,15% em Taiwan. Por outro lado, o Hang Seng fechou com alta de 0,19% em Hong Kong, enquanto na China, o índice Xangai Composto valorizou 0,66%.
Na Europa, impulsionadas pelas ações do setor de turismo e viagens, as bolsas operam em alta pelo segundo dia consecutivo. O índice intercontinental de ações, STOXX600, registra valorização de 1,57%, nesta manhã. A volatilidade permanece elevada, enquanto se espera pela decisão do Fed, bem como diante do cenário geopolítico, em que EUA e a Otan se mobilizam para um eventual conflito entre Ucrânia e Rússia. Principais bolsas da região, também exibem ganhos no momento: FTSE100 de Londres +1,45%; CAC40 +1,73% em Paris; DAX +1,74% em Frankfurt.
No mercado americano, o juro pago pelo T-Bond de 10 anos oscila em torno de 1,78% ao ano, bem como o dólar mostra-se relativamente estável frente às principais moedas. Os investidores esperam ver o quanto o Fed deve soar conservador (hawkish), ao mesmo tempo como irá conduzir o aperto monetário sem que isso implique em reverter a atual recuperação do mercado de trabalho. No mercado de ações, os futuros das bolsas de Nova York operam em alta, à espera também da divulgação de novos balanços corporativos (Abbott Laboratories; Intel; AT&T; Boeing). O índice futuro do Dow Jones sobe 0,80%, no momento; S&P 500 avança 1,14%; Nasdaq valoriza 1,32%, diante da expectativa de recuperação das ações do setor de tecnologia.
No mercado de petróleo, a commodity mantém os ganhos recentes, na expectativa de que a oferta de petróleo poderá ser prejudicada caso venha ocorrer um conflito aberto entre Rússia e Ucrânia. Nesta manhã, o contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 85,94/barril, com alta de 0,37%.
Na agenda doméstica, o IBGE divulga, às 9h, o IPCA-15 de janeiro, que deve mostrar alta de 0,44% no mês (0,78% em dezembro) e 10,05% em doze meses. Espera-se que o indicador mostre sinais concretos de que o processo inflacionário iniciado no final de 2020 e que atingiu 10,06% em 2021 esteja perdendo força. O Ibovespa deve sustentar os ganhos recentes, continuando a se beneficiar dos fortes fluxos externos, que por sua vez, sustentam a alta do real frente ao dólar. Os juros futuros, em seus vértices longos, devem seguir monitorando os yields dos Treasuries, enquanto os vencimentos mais curtos avaliam a inflação doméstica de olho no Copom da próxima semana.