Economic Highlight – IPCA-15 (fev/20)
A inflação ao consumidor, medida pelo IPCA-15, em fevereiro ficou em 0,22% M/M, acima da projeção da SulAmérica Investimentos (0,16%) e ligeiramente abaixo da mediana de projeções do mercado (0,23%). Essa é a menor variação para um mês de fevereiro na série histórica do IPCA-15. A inflação acumulada nos dois primeiros meses do ano está em 0,93%, contra 0,64% no mesmo período de 2019. A variação em 12 meses, por sua vez, caiu, de 4,34% A/A em janeiro para 4,21% A/A em fevereiro.
A variação do IPCA-15 reduziu-se muito em relação ao mês anterior (0,71% M/M), com deflação em diversos itens que pressionaram os índices de preços nos últimos dois meses. Foi esse o caso de Alimentação e bebidas, com deflação de -0,10% após ter subido 1,83% e 2,59% nos dois meses anteriores. O destaque, nesse caso, foi a queda de -5,0% nos preços de carnes. Houve também variação menor no grupo Transportes, que passou de 0,90% M/M em dez/19 e 0,92% M/M em jan/20 para 0,20% M/M em fev/20. Nesse caso o destaque foi a menor variação nos preços de combustíveis e passagem aérea. No caso do grupo Saúde e cuidados pessoais, a deflação em itens de cuidados pessoais (em especial perfumes) que ocorreu no IPCA de jan/20 se refletiu agora no IPCA-15.
Os núcleos de inflação, que haviam subido nos dois meses anteriores, voltaram a ficar baixos em fevereiro. A média dos 7 núcleos divulgados pelo Banco Central estava em 0,19% M/M na maior parte do ano passado, subiu para 0,41% M/M em dez/19 e 0,45% M/M em jan/20, mas voltou a cair para 0,15% M/M em fev/20. Em 12 meses a média dos núcleos recuou de 3,2% A/A para 3,1% A/A. A inflação de bens industriais e serviços (excluindo passagem aérea e alimentação fora do domicílio) diminuiu de 2,7% A/A nos dois meses anteriores para 2,6% A/A em fev/20. Nos dois casos, portanto, as medidas subjacentes se encontram ainda distantes do centro da meta (4,0% nesse ano).
A projeção para o IPCA fechado do mês é de 0,17% M/M. A diminuição em relação ao IPCA-15 deve ocorrer devido à maior queda do preço de energia elétrica, com contabilização da mudança de bandeira tarifária de amarela para verde. O IPCA, dessa forma, deve seguir em patamar baixo, com medidas de inflação subjacente não indicando aceleração.