Strong risk aversion impacts markets early this week.*

Strong risk aversion impacts markets early this week.*

Edição 2267

03/06/2019

Os negócios iniciam a semana mergulhados em um ambiente de forte aversão ao risco. A guerra comercial se acirra e amplia suas garras. Americanos e chineses parecem cada vez mais distantes de um acordo, que coloque um fim no conflito comercial entre os dois países. Recentemente, o presidente americano, Donald Trump, ameaçou tarifar todos os produtos do México em 5%, a partir do dia 10, se o governo mexicano não resolver a questão de imigração ilegal.

A aversão ao risco pode ser medida pela queda do juro pago pelo T-Bond de 10 anos, que hoje recuou para 2,097% (-1,22%), o menor patamar atingido nos últimos 21 meses. O índice DXY, que mede o valor do dólar diante de uma cesta de seis moedas fortes, permanece em patamar elevado (97,69 pontos) refletindo o ambiente de busca por proteção. Diante do impacto negativo que a guerra comercial terá sobre a economia americana, aumentam as apostas no mercado de que o Fed deverá cortar as taxas dos fed funds em 0,50 ponto percentual, no final deste ano. No mercado futuro de ações, expectativas apontam para um dia de quedas fortes. O índice futuro do Dow Jones recua 0,34% no momento, do S&P 500 cai 0,32%; do Nasdaq perde 0,46%. Destaque na agenda econômica é a divulgação do ISM-manufatura, que deverá subir de 52,8 em abril para 53,0 em maio, segundo o consenso do mercado.

Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única, com os agentes preocupados com as perspectivas do comércio global. O principal índice acionário chinês, Xangai Composto, fechou o dia com queda de 0,30%. Ontem o governo chinês divulgou comunicado responsabilizando os EUA pela disputa comercial com Pequim e afirmou que não recuará em suas “principais questões de princípios”. Mas Pequim deixa aberta aporta para uma solução, ao reafirmar a disposição de retomar o diálogo com Washington. Em Tóquio, o índice Nikkei apurou perda de 0,92% nesta segunda-feira, renovando a mínima em quatro meses, refletindo a valorização do iene diante do dólar. A moeda americana é cotada a 108,73 ienes, de 109,30 ienes de sexta-feira. Em outras partes da Ásia, o Hang Seng teve baixa marginal de 0,03% em Hong Kong; o sul-coreano Kospi foi o destaque positivo, subindo 1,2% em Seul. O Taiex fechou com leve alta de 0,02% em Taiwan.

As bolsas europeias operam em baixa, nesta manhã de segunda-feira. Predominam preocupações com a perspectiva do comércio global, diante dos desentendimentos entre EUA e China, e a ameaça do governo americano de taxar produtos mexicanos por questões imigratórias. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, recua 0,11%, no momento. A bolsa de Londres cai 0,26%; a de Paris perde 0,08%; a de Frankfurt cai 0,06%. O euro é negociado a US$ 1.1172, com discreta alta (+0,09%) diante da divisa americana, neste momento.

No mercado de petróleo, após um pregão negativo durante a sessão asiática, os futuros de petróleo passaram a subir nesta manhã, após relatos de que o ministro de Energia da Arábia Saudita de que a Opep+ – grupo que reúne a Opep e países produtores independentes – chegará a um consenso para estender os atuais cortes de produção para o segundo semestre deste ano. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para julho subia 1,12%, sendo negociado a US$ 54,10/barril.

No ambiente doméstico, o quadro político permanecerá no radar. Hoje está pautada a votação no Senado da MP871, que combate as irregularidades em benefícios previdenciários. Se não for votada, ela perderá a validade, podendo ser visto como uma derrota política para o governo. Incertezas políticas e forte aversão ao risco no exterior diminuem o espaço para melhora adicional dos ativos domésticos, como visto na sexta-feira.

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