Hoje da Economia – 17/05/2019
Edição 2256
17/05/2019
Mercados financeiros têm queda generalizada, com aversão ao risco aumentando devido a retórica mais dura vinda da China em relação à guerra comercial com os EUA. Comunicações da mídia oficial chinesa indicam que a China não tem pressa para fazer um acordo com os EUA e criticam as medidas tomadas por Trump, como sanções à empresas de tecnologia chinesa.
As bolsas asiáticas fecharam em sua maioria em queda. O índice MSCI Ásia Pacífico ficou estável, com alta em apenas dois países: 0,9% no índice Nikkei225 do Japão e 1,44% na bolsa da Índia. Por outro lado houve quedas fortes nas demais bolsas asiáticas, com destaque para o recuo de -2,44% da bolsa de Xangai (alcançando o menor nível em 10 semanas) e -1,16% em Hong Kong. A aversão ao risco está fazendo o iene se valorizar diante do dólar, +0,20%, cotado a ¥/US$ 109,63, enquanto o yuan se depreciando -0,45%, cotado a 6,9145 contra o dólar (nível mais depreciado desde nov/18).
Na Europa as bolsas também caem. O índice pan-europeu STOXX600 cai -0,61%, com recuos de -0,29% no FTSE100 de Londres, -0,50% no CAC40 de Paris, -0,84% no DAx de Frankfurt. O euro está se depreciando ligeiramente contra o dólar, -0,05%, cotado a US$/€ 1,1168. A libra está recuando -0,34% contra o dólar, cotada a US$/£ 1,2754, após a primeira ministra May falhar em sua negociação com a oposição para passar seu acordo de Brexit e indicar que deve ser substituída por outro membro do partido conservador no futuro.
Ao contrário do que vinha ocorrendo nos últimos dias, a queda nos preços de ativos também ocorre nos EUA. O índice futuro do S&P500 recua -0,42%. O dólar está se apreciando contra outras moedas, com o índice DXY subindo 0,04%. Os juros futuros recuam, com o yield da Treasury de 10 anos em 2,3732% a.a., menor nível desde mar/19. Hoje serão divulgados dados de confiança do consumidor nos EUA, referentes a maio.
Os preços de commodities operam sem direção única. O índice geral da Bloomberg opera próximo da estabilidade, com queda de -0,03%. Há alta de 1,0% no preço do petróleo WTI (cotado a US$ 63,54/barril) e 3,2% no preço do minério de ferro (alcançando US$ 100/ton). Questões de oferta são responsáveis pela alta no preço dessas commodities, junto com voto de maior estímulo feito pela China para compensar os efeitos da guerra comercial. Há recuos expressivos nos preços de commodities agrícolas.
No Brasil, o IPC-FIPE da 2ª semana de maio veio abaixo do esperado (0,15% contra 0,25%). O aumento de aversão ao risco deve fazer a bolsa brasileira recuar hoje, acompanhando o mercado global, e com maior intensidade devido ao ambiente político interno ainda conturbado. O real também deve se depreciar, pelos mesmos motivos. Os dois ativos chegaram nos seus piores valores do ano ontem. Os juros futuros, por sua vez, devem subir, mas a percepção de atividade ruim deve fazer com que os juros de prazo mais curto sigam baixos, devido à probabilidade de corte de juros.