Hoje em Economia -02/10/2019
Hoje na Economia
Edição 2352
Mercados financeiros abrem em queda na quarta-feira, ainda majoritariamente reagindo ao
dado ruim do ISM manufatura dos EUA que saiu ontem, abaixo de todas as expectativas e no
menor nível em 10 anos.
Na Ásia as bolsas fecharam em queda. O índice MSCI Ásia Pacífico recuou -0,6%, com quedas
em todos os índices. A bolsa chinesa está fechada devido a feriado, porém houve queda de –
0,19% em Hong Kong e -0,49% no índice Nikkei225 do Japão. O iene está se valorizando
contra o dólar, +0,20%, cotado a ¥/US$ 107,53, enquanto o yuan offshore está se depreciando
0,08%, a 7,1526 contra o dólar.
Na Europa as bolsas também operam todas em contração. Há quedas de -1,59% no índice pan-
europeu STOXX600, -2,01% no FTSE100 de Londres, -1,71% no CAC40 de Paris e -1,44% no
DAX de Frankfurt. O euro está se depreciando ligeiramente contra o dólar, -0,02%, cotado a
US$/€ 1,0931. A libra, por sua vez, perde valor, -0,33%, cotada a US$/£ 1,2261, após o
governo irlandês rejeitar a proposta de Brexit oferecida pelo primeiro ministro britânico, Boris
Johnson.
Nos EUA, os índices futuros também estão caindo, mas menos que na Europa por já terem
reagido ao dado do ISM ontem. O S&P500 recua -0,66%. Os juros futuros americanos seguem
recuando, com a Treasury de 10 anos a 1,6198% a.a. e a de 2 anos a 1,508% a.a.. O dólar
está ganhando valor contra outras moedas, com o índice DXY subindo 0,11%, porém o
movimento não é uniforme. Algumas moedas de países emergentes se valorizam contra o dólar
hoje, como o rand sul-africano. Hoje será divulgado o dado de criação de empregos do setor
privado do ADP, com a expectativa sendo de 140 mil.
Os preços de commodities operam majoritariamente em queda, com o índice geral da
Bloomberg recuando -0,09%. O preço do petróleo é uma exceção, com o barril tipo WTI
subindo 0,35% e sendo negociado a US$ 53,81, devido a menores estoques e produção em
países na OPEP. A queda de nível (-1,18%), cobre (-0,68%) e soja (-0,60%) é substancial.
No Brasil, ontem o Senado aprovou a PEC da reforma da Previdência por larga maioria.
Entretanto, um dos destaques, sobre mudanças no abono salarial, foi aprovado, o que significa
menos economia de gastos ao longo dos próximos 10 anos (R$ 800 bi contra R$ 870 bi do
projeto como estava depois da CCJ do Senado). Hoje o IPC-FIPE de setembro ficou estável
(0,00%), ligeiramente acima das expectativas, de deflação de -0,02%. O dado do ADP nos EUA
deve ter grande importância sobre os mercados globais, e, consequentemente, sobre os
mercado brasileiros. A tendência inicial é a bolsa brasileira abrir em queda e os juros futuros
também, com perspectiva de menor crescimento global. O real, por sua vez, pode subir hoje,
acompanhando outros emergentes, mas de forma modesta. O impacto da menor economia na
reforma da Previdência deve ser limitado sobre os preços dos ativos, uma vez que a maior
parte da reforma foi aprovada.