Hoje em Economia – 03/10/2019
Hoje na Economia
Edição 2353
Permanece o quadro de aversão ao risco, nesta manhã. As preocupações com a saúde da
economia mundial permeiam os negócios, após os fracos dados de atividade econômica
divulgados nos EUA e Europa nos últimos dias, em meio à guerra comercial.
Na Ásia, a maioria das bolsas de ações fechou em baixa, influenciadas por temores renovados
de desaceleração da economia global. O índice MSCI Asia Pacific, excluindo os mercados da
China, que se encontram-fechados por conta de feriado, recuou 0,70% no pregão desta quinta-
feira. O índice acionário japonês Nikkei caiu 2,01% em Tóquio, enquanto o Hang Seng registrou
alta modesta de 0,26% em Hong Kong. Em Taiwan, o Taiex recuou 0,18%. Na Coreia do Sul,
feriado local manteve a bolsa fechada.
Na Europa, as bolsas abriram o pregão desta quinta-feira sem direcional claro. Pesam as
tensões comerciais entre Estados Unidos e União Europeia. Ontem, o governo americano
anunciou que vai impor tarifas a bilhões de dólares em exportações da UE, após a Organização
Mundial de Comércio (OMC) autorizar os EUA a adotar medidas retaliatórias por causa dos
subsídios concedidos pelo bloco à Airbus. Ajuda a azedar o humor dos investidores o índice de
gerentes de compras (PMI) composto da zona do euro, englobando os setores de manufaturas e
serviços, que caiu de 51,9 em agosto para 50,1 em setembro. O índice atingiu o menor nível
desde junho de 2013, sinalizando que a atividade na região encontra-se estagnada. Nesta
manhã, o índice STOXX600 opera próximo da estabilidade (+0,01%); o FTSE100 recua 0,47%
em Londres; o CAC 40 sobe 0,63% em Paris. Na Alemanha, feriado mantém mercados
fechados.
Pelo lado americano, os futuros dos principais índices de ações da bolsa de Nova York operam
em alta nesta manhã. O futuro do Dow Jones sobe 0,33%, no momento; o S&P 500 avança
0,36%; Nasdaq tem alta de 0,42%. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recua 1,50%,
situando-se em 1,5752% ao ano. O índice DXY, que segue o valor da moeda americana frente a
uma cesta de moedas, situa-se em 99,06 pontos, subindo discretos 0,05%. Será divulgado o
índice de gestão da oferta (ISM) do setor de serviços, que deve recuar de 56,4 em agosto para
55,0 em setembro, segundo as projeções do mercado. Esse dado vem reforçar a leitura de que
a atividade econômica nos EUA está perdendo tração mais rápido do que o antecipado. Esse
fato, em meio às tensões comerciais com os chineses e, agora, com europeus, deve reforçar as
apostas em mais cortes de juros pelo Fed, derrubando as cotações do dólar globalmente.
No mercado de petróleo, os contratos futuros para entrega em novembro do petróleo WTI são
cotados a US$ 52,46/barril, com queda de 0,32%. O índice Geral de Commodity da Bloomberg
registra queda de 0,09%, no momento.
Diante de uma agenda econômica esvaziada, mercados domésticos ficarão reféns do
comportamento das bolsas de Nova York. Nesse sentido, as atenções estarão voltadas para os
indicadores econômicos americanos que serão divulgados hoje, com destaque para ISM-
serviços, encomendas à indústria e pedidos de auxílio desemprego. Evidências de intensificação
do enfraquecimento da economia americana devem alimentar a aversão ao risco em termos
globais, em detrimento dos ativos emergentes em geral.