Hoje em Economia – 31/10/2019

Hoje na Economia

Edição 2373

Mercados operam entre altos e baixos, com o humor temperado por notícias informando que a China tem dúvidas sobre as possibilidades de se chegar a um acordo comercial de longa duração com o Presidente Donald Trump. Investidores também repercutem o corte de juros efetuado pelo Fed, ontem, que sinalizou para possível pausa no afrouxamento monetário.

Os preços das Treasuries voltaram a subir, levando o juro pago pelo T-Note de 10 anos para 1,7382%, com queda de 1,88%, nesta manhã. O índice DXY também recua, situando-se em 97,28 pontos, com queda de 0,38%, perdendo valor frente às moedas fortes como euro, libra e iene. No mercado de ações, os futuros dos principais índices da bolsa de Nova York apontam para uma abertura em queda: o futuro do Dow Jones cai 0,36%; do S&P 500 perde 0,38%; Nasdaq tem queda de 0,31%. Na agenda econômica, será divulgada a inflação medida pelo deflator do consumo pessoal (PCE) de setembro, que segundo o consenso do mercado deverá subir 1,7% em bases anuais para o índice cheio e 1,4% para o seu núcleo (Core PCE).

Na Ásia, as bolsas fecharam em sua maioria em alta. Favoreceu o humor dos investidores o corte dos juros efetuado pelo Fed, que foi acompanhado do enfraquecimento do dólar. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific encerrou o dia com ganho de 0,40%. Os mercados locais também repercutiram a decisão de política monetária do Banco do Japão (BoJ), que manteve sua política monetária inalterada, favorecendo a moeda japonesa ante a divisa americana. O BoJ manteve o viés de tomar medidas de relaxamento adicionais caso necessário. Em Tóquio, o índice Nikkei subiu 0,37%, enquanto o dólar recuava para 108,25 ienes de 108,86 ienes de ontem à tarde. Na China, o índice Xangai Composto recuou 0,35%. Esse desempenho negativo refletiu novos sinais de enfraquecimento da economia chinesa: o índice de gerentes de compras (PMI) do setor industrial da China caiu de 49,8 em setembro para 49,3 em outubro, aprofundando a contração do setor. Na Coreia do Sul, o Kospi teve alta modesta de 0,15% em Seul, enquanto o Hang Seng avançou 0,90% em Hong Kong. O Taiex, por sua vez, caiu 0,19% em Taiwan.

Na Europa, a primeira estimativa do PIB do 3º trimestre da região do euro mostrou crescimento de 0,2%, na margem (previsão de 0,1%), e 1,1% em bases anuais. A inflação ao consumidor (CPI) teve alta anual de 0,7% em outubro (menor nível desde 2016), em linha com as previsões. O núcleo do CPI subiu 1,1% em relação a outubro de 2018. A taxa de desemprego se manteve em 7,5% em setembro, enquanto os analistas previam 7,4% para o período. No mercado de ações, principais praças operam no vermelho, no momento: índice STOXX600 cai 0,63%; em Londres o FTSE100 perde 1,07%; o CAC40 recua 0,63% em Paris; o DAX tem queda de 0,67% em Frankfurt. O euro é negociado a US$ 1,1174 subindo em relação a US$ 1,1153 do final de quarta-feira.

No mercado de petróleo, o contrato futuro do produto tipo WTI, para entrega em dezembro, tem queda de 0,38%, sendo cotado a US$ 54,85/barril, nesta manhã.

Novos sinais de enfraquecimento da economia da China e dúvidas quanto às negociações comerciais entre americanos e chineses devem levar a Bovespa a uma abertura negativa, acompanhando a tendência ditada pelos futuros de ações de Nova York. No mercado de renda fixa, contratos mais curtos da curva de juros futuros devem sofrer correções após a reunião do Copom ter cortado a Selic para 5,0% como esperado, mas surpreender parte do mercado, indicando que pode encerrar o ciclo de quedas em dezembro, com Selic em 4,5%. O IBGE divulga a taxa de desemprego de setembro, que deve ficar em 11,6%, segundo as projeções do mercado.