Hoje na Economia 01/03/2019
Edição 2206
01/03/2019
Após dias de cautela e aversão ao risco, o bom humor toma conta dos mercados neste primeiro dia de março. Membros do governo americano afirmaram que estão preparando o acordo final, que deverá ser assinado pelo presidente Donald Trump e Xi Jinping nas próximas semanas, podendo encerrar a guerra comercial. Alimenta também o apetite ao risco, indicadores econômicos mostrando bom desempenho das economias dos EUA e da China, diminuindo temores quanto ao enfraquecimento da economia mundial.
Na Ásia, as bolsas fecharam em alta generalizada nesta sexta-feira, lideradas pelas chinesas, que subiram após o MSCI anunciar que irá ampliar fortemente o peso das ações das empresas chinesas em seu índice de emergentes, neste ano. Pelo lado econômico, o índice de gerentes de compras (PMI) da indústria da China subiu de 48,3 em janeiro para 49,9 em fevereiro, segundo a IHS Markit/Caixin. Os analistas previam aumento para 49,0. A melhora apresentada pelo dado – que ainda se encontra na região de contração – reflete os efeitos decorrentes dos esforços do governo para estimular a demanda doméstica, contrabalançando a queda do setor externo da economia, prejudicado pela guerra comercial Em Xangai, o índice Composto encerrou o pregão com alta de 1,80%, fechando a semana com ganho acumulado de 6,8%. No Japão, o índice Nikkei subiu 1,02% em Tóquio, refletindo o enfraquecimento do iene diante do dólar. A moeda americana é cotada a 111,90 ienes de 111,45 ienes de ontem à tarde. Em outras partes da Ásia, o Hang Seng avançou 0,63% em Hong Kong.
Na Europa, bolsas acompanham a tendência ditada pela Ásia, operando majoritariamente em alta. O índice STOXX600 tem ganho de 0,68%, nesta manhã. Em Londres, o FTSE100 sobe 0,67%; em Paris, o CAC40 avança 0,80%; em Frankfurt, o DAX tem valorização de 1,02%, no momento. O euro é negociado a US$ 1,1360, recuando ante US$ 1,1378 de ontem à tarde. A inflação da zona do euro, medida pelo índice de preços ao consumidor, subiu 1,5% na comparação anual de fevereiro, enquanto o seu núcleo registrou aumento de 1%, na mesa métrica. A taxa de desemprego ficou em 7,8% em janeiro, contra 7,9% em dezembro, refletindo um mercado de trabalho apertado.
No mercado americano, os futuros de ações da bolsa de Nova York acompanham o movimento de alta dos mercados europeus e asiáticos. O futuro do índice Dow Jones sobe 0,61%, no momento; do S&P 500 avança 0,59%; o Nasdaq ganha 0,75%. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos subiu para 2,734%, de 2,721% no fim da tarde de ontem. O índice DXY sobe 0,19%, refletindo a valorização da moeda americana, principalmente, diante do iene e das moedas europeias. O comportamento dos juros e do dólar, ao longo do dia, poderá ser influenciado pela divulgação da inflação medida pelo deflator dos gastos pessoais (PCE) de dezembro, que deve registrar alta de 1,7% para o índice cheiro e 1,9% para o seu núcleo, segundo as projeções do mercado. A atividade econômica será representada pela divulgação do ISM-manufatura, que deve ficar em 55,8 em fevereiro, com ligeira desaceleração frente a janeiro (56,6). O setor industrial prossegue em expansão, ainda que em ritmo mais moderado.
O tom positivo das bolsas da Ásia e da Europa sustenta o avanço das cotações do petróleo. O contrato futuro do produto tipo WTI, para abril, é negociado a US$ 57,41/barril, com valorização de 0,33%, nesta manhã.
Em que pese o otimismo que toma conta dos principais mercados internacionais nesta sexta-feira, o investidor doméstico deve se manter cauteloso diante do feriado prolongado e das incertezas no âmbito político, que podem retardar a tramitação da reforma da Previdência no Congresso. Os indicadores econômicos que serão divulgados nos EUA serão importantes na definição de uma tendência para a taxa de câmbio e para a curva futura de juros, no dia de hoje.