Hoje na Economia – 01/04/2020
O mês de abril começa trilhando o mesmo caminho do primeiro trimestre, que viu um dos piores períodos para os ativos de risco em geral, principalmente ações, desde a crise de 2008/2009. Esta quarta-feira começa em meio a forte aversão ao risco. A expectativa de que a pandemia provocada pelo coronavírus prossegue impondo restrições pesadas à atividade econômica empurra cada vez mais para frente uma retomada da economia global.
As bolsas da Ásia mergulharam no vermelho. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific caiu 2,1%. Nem mesmo os dados, confirmando que o setor industrial chinês voltou a se expandir, animaram os investidores. O índice dos gerentes de compras (PMI), apurado pela Markit/Caixin, subiu de 40,3 em fevereiro para 50,1 em março, superando as projeções dos analistas. Ainda assim, o índice Xangai Composto fechou o pregão em queda de 0,35%. No Japão, o índice Nikkei sofreu um tombo de 4,50% em Tóquio; enquanto o Hang Seng teve queda de 2,19% em Hong Kong. Na Coreia do Sul, o Kospi recuou 3,94% em Seul, enquanto o Taiex perdeu 0,46% em Taiwan.
Os futuros das bolsas de Nova York operam em forte baixa, nesta manhã, ecoando as palavras do presidente Donald Trump, que alertou os americanos para um salto no número de mortos por coronavírus no país, acrescentando que as duas próximas semanas serão “muito dolorosas”. No momento, o índice futuro do Dow Jones recua 2,74%; S&P 500 cai 2,85%; Nasdaq tem desvalorização de 2,48%. A busca por ativos seguros favorece as Treasuries e o dólar. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos encontra-se em 0,6144%, com queda de 8,23%. O índice DXY encontra-se em 99,73 pontos, com alta de 0,69%, refletindo a apreciação da moeda americana frente às moedas fortes como também diante das emergentes.
Diante de perspectivas não muito animadoras sobre a evolução da economia diante à disseminação do coronavírus em termos globais, as bolsas europeias iniciaram o dia operando em forte baixa. O índice dos gerentes de compras (PMI) industrial da zona do euro caiu de 49,2 em fevereiro para 44,5 em março, captando os efeitos da pandemia do coronavírus. Na Alemanha, o PMI industrial caiu de 48 em fevereiro para 45,4 em março. O euro ampliou as perdas ante o dólar, sendo cotado a US$ 1,0928 de US$ 1,0956 de ontem à tarde. No mercado de ações o índice pan-europeu, STOXX600, recua 2,49%, no momento. Em Londres, o FTSE100 perde 3,19%; o CAC40 tem queda de 3,07% em Paris; em Frankfurt, o DAX recua 2,73%.
Os contratos futuros do petróleo operam em baixa na madrugada desta quarta-feira, após encerrarem o pior trimestre da história. Afetam as cotações da commodity as perspectivas de menor crescimento mundial diante da pandemia e a divulgação de elevados estoques americanos, pela American Petroleum Institute. No momento, o contrato futuro do petróleo tipo WTI para maio caia 1,46%, cotado a US$ 20,18/barril.
Na agenda econômica doméstica, o IBGE divulga a atividade industrial de fevereiro. Segundo o consenso dos analistas do mercado, a produção deve ter recuado 0,4% na comparação com o mês anterior, pela série dessazonalizada, significando queda de 2,3% em relação a mesmo mês do ano passado. Neste ambiente de maior aversão ao risco que prevalece nos mercados globais, o real deve se desvalorizar ante a moeda americana e a Bovespa deve abrir em queda, em linha com os futuros americanos. Os juros futuros em seus vértices mais longos devem voltar a subir por conta do ambiente econômico instável.