Hoje na Economia – 01/10/2021
As principais bolsas de ações internacionais operam em baixa, nesta sexta-feira. O ambiente se mostra desfavorável aos ativos de risco. Enquanto os investidores se preparam para o “tapering” pelo Fed, aumentam os temores sobre a desaceleração do crescimento econômico global, em meio à elevada inflação, gargalos na cadeia produtiva, crise mundial de energia e riscos regulatórios provenientes da China.
Na Ásia, as bolsas locais fecharam majoritariamente em queda, acompanhando as bolsas de Nova York que encerraram o pregão de ontem com perdas generalizadas. O índice regional MSCI Asia Pacific registrou recuo de 1,2% nesta sexta-feira. Na China e em Hong Kong os mercados não operaram devido ao feriado. O índice japonês Nikkei liderou as perdas na região, com queda de 2,31% em Tóquio, enquanto a moeda japonesa se apreciava 0,13%, cotada a ¥ 111,14/US$. O sul-coreano Kospi caiu 1,62% em Seul, enquanto em Taiwan, o Taiex registrou queda de 2,15%.
Na Europa, a divulgação de indicadores econômicos abaixo do esperado pelos analistas teve impacto limitado sobre os mercados locais. O índice de gerentes de compras (PMI) industrial da zona do euro caiu de 61,4 em agosto para 58,6 em setembro, o menor patamar desde fevereiro. Pelo lado dos preços, a inflação ao consumidor (CPI) subiu 3,4% em setembro na comparação anual, contra 3,3% a/a em agosto, atingindo o maior patamar em 13 anos. O núcleo do índice, excluindo os elementos voláteis, subiu 1,9% a/a em setembro, o mais alto desde 2008. Os dados apenas acentuaram o mau humor que já prevalecia nos mercados. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com queda de 0,79%, no momento. Em Londres, o FTSE100 cai 0,73%; o CAC40 perde 0,63% em Paris; em Frankfurt, o DAX recua 0,77%. O euro é negociado a US$ 1,1582/€, flutuando em torno desse valor.
Nos EUA, as questões políticas em Washington ameaçam empurrar o governo para o shutdown e força o presidente Biden a repensar sua agenda de gastos em infraestrutura para os próximos anos. Os índices futuros das bolsas de Nova York exibem quedas nesta manhã, sugerindo que os mercados à vista devem ampliar as perdas de ontem. O futuro do Down Jones cai 0,57%; S&P perde 0,53%; Nasdaq desvaloriza 0,50%. O dólar é visto como porto seguro em meio ao ambiente de aversão ao risco, o que coloca o índice DXY próximo do patamar mais elevado dos últimos 11 meses. O juro da Treasury de 10 anos recua um ponto base para 1,49% ao ano. Investidores acompanharão uma série de indicadores, envolvendo a atividade industrial, renda, consumo e inflação, bem como os pronunciamentos de dirigentes do Fed, que se mostrarão ansiosos para iniciar o “tapering” o mais cedo possível.
No mercado de petróleo, as cotações da commodity têm flutuado entre ganhos e perdas, com o produto tipo WTI não conseguindo se firmar acima de US$ 75,0/barril. No momento, é cotado a US$ 74,62/barril, recuando 0,55%.
Com uma agenda econômica esvaziada, os ativos brasileiros operarão reféns do ambiente externo. A Bovespa deve abrir em queda, acompanhando os futuros das bolsas de Nova York. O real deve mostrar ligeiras flutuações em torno do dólar, mas com viés de baixa diante do cenário político incerto. O ambiente de maior risco, interno e externo, deve manter pressionada a curva de juros a termo.