Hoje na Economia – 02/08/2019

Hoje na Economia – 02/08/2019

Edição 2309

02/08/2019

Mercado de capital global amanhece com clara aversão ao risco estampada nos recuos das bolsas europeias e nos futuros americanos e na valorização da renda fixa considerada porto seguro, o que inclui além da dívida do tesouro americano, alemão, como também do Japão, levando a apreciação do iene. Esse quadro resulta da escalada de tensões comerciais entre EUA e China. Ontem, o presidente Donald Trump anunciou que vai impor tarifas adicionais de 10% sobre US$ 300 bilhões de importações chinesas. A medida entrará em vigor em 1º de setembro. As autoridades de Pequim afirmaram que, caso ameaça entre em vigor, tomarão medidas em resposta.

As bolsas da Ásia fecharam em forte queda, nesta sexta-feira. O índice regional de ações MSCI Asia Pacific caiu 1,6%, no pregão de hoje. Na bolsa de Tóquio, o índice Nikkei recuou 2,11%, enquanto a moeda japonesa sofria forte apreciação. Nesta manhã, o dólar vale 106,88 ienes de 107,34 ienes do final da tarde de ontem. Na China, o índice Xangai Composto terminou o dia com perda de 1,41%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, cedeu 2,35%, enquanto o sul-coreano, Kospi perdia 0,95%, em Seul.

Na Europa, diante do acirramento da guerra comercial entre americanos e chineses, todas as bolsas operam em quedas consistentes. O índice pan-europeu de ações STOXX600 recua 1,88%, com commodities e automóveis sendo os setores mais afetados. Na Alemanha, o retorno do título alemão de 10 anos (Bund) recuou para -0,498%, renovando mínima histórica. Em Frankfurt, o DAX tem perda de 2,42%. O CAC40 perde 2,63% em Paris. Em Londres, o FTSE100 registra queda de 1,73%, no momento. O euro é negociado a US$ 1,1094 de US$ 1,1082 de ontem à tarde.

No mercado americano, o quadro não é diferente. Os juros das Treasuries recuaram para o menor nível em quase três anos. Neste momento, o yield da T-Note de 10 anos encontra-se em 1,842% ao ano, caindo 2,73%. O índice DXY perde 0,16%, situando-se me 98,21 pontos. A decisão de Donald Trump de impor tarifas adicionais às importações chinesas ocorreu logo após o Fed cortar os juros – como o mercado esperava – seguido de declarações mais hawkishes do presidente do Fed, Jerome Powell. Em tese, a decisão intempestiva do presidente americano coloca mais pressão sobre novas diminuições dos juros americanos. Diante desse quadro ganha especial importância a divulgação do relatório da payroll de julho, hoje às 9h30. Segundo as estimativas do mercado, a economia americana deve ter criado 165 mil vagas no mês (224 mil em junho), enquanto a taxa de desemprego deve ficar em 3,6%. Nesta manhã, os futuros de ações de Nova York apontam apara uma abertura em queda. O futuro do Dow Jones perde 0,16%; S&P recua 0,25%; Nasdaq tem queda de 0,49%.

No mercado de petróleo, o contrato futuro do petróleo tipo WTI, para setembro, é negociado a US$ 55,22/barril, com alta de 2,35%. A commodity recupera, nesta manhã, parte das perdas de ontem motivadas pelo acirramento das tensões comerciais entre EUA e China, se beneficiando também, do enfraquecimento global do dólar.

No mercado de ações doméstico, a Bovespa, além de acompanhar o mau humor externo, deve também repercutir o resultado da Petrobrás, divulgado ontem à noite. O mercado doméstico de juros futuros e o mercado de câmbio acompanharão a divulgação do relatório de emprego dos EUA para definir uma tendência para hoje, diante de uma agenda econômica doméstica esvaziada. Uma payroll abaixo do esperado pelo mercado pode colocar em xeque a postura conservadora do presidente do Fed, levando o mercado a creditar em novos cortes dos juros básicos americanos nos próximos meses.

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