Hoje na economia- 03/09/2019
03/09/2019
Edição 2331
A aversão ao risco volta a tomar conta dos mercados no dia de hoje. Investidores permanecem
ressabiados com a falta de progresso nas conversações comerciais entre EUA e China, cujos
dirigentes não conseguem chegar a um consenso nem em relação ao local da reunião entre os
dois países, agendada para este mês. Também pesa o turbulento cenário político no Reino
Unido, onde ainda não se definiu como se dará a retirada dos britânicos da União Europeia.
Na Europa, a libra esterlina recuou para o menor nível desde 2016 e o juro do bônus britânico
(Gilt) de 10 anos opera em mínimas históricas ante a ameaça do primeiro-ministro, Boris
Johnson, convocar novas eleições, caso o parlamento dificulte o Brexit. Neste momento, a libra
é cotada a US$ 1,1988 de US$ 1,2065 no fim da tarde de ontem. Bolsas de ações abriram os
negócios em forte baixa. O índice pan-europeu de ações, STOXX600 recua 0,47%; em Londres,
o FTSE100 perde 0,24%; o CAC40 cai 0,62% em Paris; em Frankfurt, o DAX tem queda de
0,43%. O euro é negociado a US$ 1,0940 de US$ 1,0970 do final da tarde de ontem.
Na Ásia, as bolsas da região fecharam sem direção única nesta terça-feira. O índice regional de
ações MSCI Asia Pacific caiu 0,3% no pregão de hoje. Pesaram sobre os investidores as
incertezas em relação à retomada das negociações comerciais entre americanos e chineses,
bem com o cenário político turbulento no Reino Unido. Ontem a China entrou com processo na
Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar as últimas tarifas dos EUA contra bens
chineses, que passaram a vigorara a partir de 01 de setembro e atingem US$ 112 bilhões em
importações. Em retaliação, Pequim também passou a tarifar parte de uma lista de US$ 75
bilhões em produtos americanos. Em que peses esse quadro de incertezas, o índice Composto
de Xangai fechou em alta de 0,21%. Foi favorecido pelo comunicado divulgado pelo Conselho
Estatal da China, reforçando a disposição do governo de apoiar intensamente o
desenvolvimento dos setores de alta tecnologia e de infraestrutura. No Japão, o índice Nikkei
fechou com discreta alta de 0,02% na bolsa de Tóquio. A moeda japonesa se fortaleceu ante ao
dólar, que é cotado a 106,07 ienes de 106,22 ienes de ontem à tarde. Em outras partes da
Ásia, o Hang Seng caiu 0,39% em Hong Kong, enquanto o sul-coreano Kospi cedeu 0,18% em
Seul.
Nos Estados Unidos, a Treasury de 10 anos recuou 1,5%, para o yield de 1,472% ao ano, num
movimento explicado pela busca de porto seguro, o que leva o mercado futuro de ações a
apontar para uma abertura em forte queda para a bolsa de Nova York. O índice futuro do Dow
Jones cai 0,81%, no momento; do S&P 500 perde 0,80%; Nasdaq tem queda de 1,0%. O índice
DXY sobe por sete seções seguidas, situando-se em 99,28 pontos (+0,37% no momento),
refletindo a escalada global da moeda americana. Hoje será divulgado o indicador de atividade
industrial americana, captado pelo ISM – Manufatura, que deve ficar em 51,2 com o dado de
agosto, mesmo patamar observado no mês anterior, segundo a previsão dos analistas.
A forte valorização do dólar nesta manhã, principalmente frente ao euro e a libra, derruba as
cotações do petróleo. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para outubro é negociado a US$
54,27/barril, com queda de 1,50%.
Em dia de forte aversão ao risco, onde prevalece a busca por porto seguro, o dólar se valoriza
em termos globais o que deve levar a taxa de câmbio a testar o nível de R$ 4,20/US$, deixando
em aberto eventual reação do Banco Central. A Bovespa deve se manter refém das bolsas
americanas, que operam majoritariamente em queda nesta manhã de terça-feira.