Hoje na Economia 04/01/2021
O primeiro pregão do ano começa pautado por um maior apetite ao risco, antecipando um quadro de retomada das principais economias em um contexto de estímulos fiscais e monetários sem precedentes e o avanço gradual do processo de vacinação, principalmente, nas economias desenvolvidas.
Na Ásia, as bolsas locais registraram novos recordes de alta, com destaque para as ações ligadas ao setor de tecnologia. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific, fechou o dia com alta de 0,80%, sétima alta seguida. O destaque negativo foi o Japão, onde o índice Nikkei apurou queda de -0,68% em Tóquio, temendo a possibilidade de o governo japonês decretar estado de emergência na região de Tóquio, para conter o avanço do covid-19. Na China, a recuperação da indústria de transformação prossegue firme, com a diminuição do impacto negativo da pandemia sobre a economia. O índice de gerente de compra (PMI), calculado pela IHS Markit/Caixin situou-se em 53,0 pontos em dezembro, de 54,9 em novembro, mantendo-se na região acima de 50 pontos, indicando expansão da atividade. Em Xangai, o índice Composto valorizou 0,86%, nesta segunda-feira. Em Hong Kong, o Hang Seng subiu 0,89%, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 2,47% em Seul, impulsionado por notícias sobre o primeiro carro movido à eletricidade a ser lançado pela Hyundai.
Um ambiente internacional favorável ao risco, com investidores de olho no desenvolvimento de vacinas contra covid-19 num contexto de fortes estímulos, favorece as demais moedas em detrimento ao dólar americano. O índice DXY do dólar recua 0,41% nesta manhã, situando-se em 89,57 pontos. O yield das Treasuries encontra-se em alta. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos sobe dois pontos base, para 0,93% ao ano. Os índices futuros das bolsas de Nova York registram altas firmes, neste momento: o futuro do Dow Jones sobe 0,36%; S&P 500 avança 0,50%. Nasdaq se valoriza 0,42%.
No mercado europeu, bolsas abrem o dia com altas significativas, em linha com uma visão mais otimista com o desempenho futuro da economia da região, com o avanço da vacinação em vários países e pelo forte suporte dado pelos governos e pelo Banco Central Europeu. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com alta de 1,30%, no momento. Em Londres, o FTSE100 sobe 2,47%; em Paris, o CAC40 avança 1,45%; o DAX tem alta de 0,93% em Frankfurt. O euro ganha força frente ao dólar após a divulgação do PMI industrial da zona do euro pela IHS Markit, que subiu para 55,2 em dezembro de 53,8 em novembro, atingindo o maior valor desde maio de 2018. Esse indicador confirma a recuperação econômica do bloco mesmo com o endurecimento das medidas de restrições nos últimos meses de 2020. O euro é negociado a US$ 1,2299, se valorizando 0,69%.
O mercado de commodities é favorecido pela fraqueza do dólar. O índice geral de commodity apurado pela Bloomberg registra alta de 2,12%, nesta manhã. No mercado de petróleo, o contrato futuro do petróleo tipo WTI para fevereiro é negociado a US$ 49,59/barril, se valorizando 2,23%. Além do ambiente propício ao risco, favorece esse mercado a expectativa em torno da reunião da Opep+, que nesta segunda-feira, deve anunciar provável manutenção do atual nível de produção.
No mercado doméstico, o Ibovespa deve continuar buscando se firmar acima dos 120 mil pontos, favorecido pelo ambiente externo mais otimista, a volta dos estrangeiros e sinais de recuperação econômica doméstica. No mercado de câmbio, o real deve continuar se beneficiando da fraqueza global do dólar, enquanto no mercado de DIs, a recente devolução de prêmios abre espaço para certa acomodação.