Hoje na Economia – 04/01/2022
Mercados financeiros globais seguem em alta, mesmo com recordes de casos de Covid-19 sendo registrados nos EUA na segunda-feira (mais de 1 milhão de novos casos). A preocupação com a variante Omicron é menor devido à menor severidade, e assim os investidores focam sua atenção mais em dados que mostram recuperação da atividade econômica.
Na Ásia, as bolsas fecharam em sua maioria em alta, com o índice regional MSCI Asia Pacific subindo 0,9%. Houve avanços de 1,77% no Nikkei255 do Japão (após feriado ontem), 0,06% no Hang Seng de Hong Kong e 0,02% no KOSPI de Seul. A bolsa de Xangai, por outro lado, caiu -0,20%, após o Banco do Povo da China injetar menos liquidez hoje nos mercados de títulos. O índice de gerente de compras de manufatura da China medido pela empresa Caixin veio acima do esperado, em 50,9 contra expectativa de 50,0. Assim como o dado do governo, divulgado dias antes, o PMI Caixin mostra melhora na oferta e na demanda de produtos industriais. O iene está se depreciando diante do dólar, -0,44%, cotado a ¥/US$ 115,84.
Na Europa as bolsas operam em forte alta. O índice pan-europeu STOXX600 avança 0,70%, com alta de 1,07% no CAC40 de Paris, 0,45% no DAX de Frankfurt e 1,24% no FTSE100 de Londres (essa última após feriado na segunda-feira). O euro está se apreciando diante do dólar, +0,04%, cotado a US$/€ 1,1302. As vendas no varejo na Alemanha surpreenderam positivamente, com alta de +0,6% M/M contra expectativa de queda de -0,3% M/M e revisão para cima no dado anterior (de -0,3% para +0,5%). O PMI manufatura do Reino Unido também veio melhor que esperado, superando a prévia (57,9 contra 57,6).
Nos EUA, os índices futuros de ações estão subindo e atingindo nova máximas. Há alta de 0,24% no Dow Jones, 0,38% no S&P500 e 0,37% no NASDAQ. O dólar está basicamente estável diante de outras moedas, com o índice DXY tendo variação nula. Os juros americanos estão estáveis hoje, após terem subido consideravelmente ontem. O yield da Treasury de 10 anos está em 1,63% a.a., mesmo valor de ontem, após ter terminado o ano em 1,51% a.a.. Hoje sairá o dado de índice de gerentes de compras na manufatura dos EUA (ISM, com expectativa de desaceleração de 61,1 para 60,0, ainda um patamar bastante elevado). Também serão divulgados dados de abertura de empregos referentes a novembro, que devem seguir próximos de níveis recordes de 11 milhões.
Os preços de commodities estão em sua maioria em alta, com o índice geral da Bloomberg subindo 0,61%. As principais commodities sobem, com altas de 0,91% no petróleo tipo WTI (cotado a US$ 76,77/barril), 0,32% no ouro, 0,82% no ferro, 0,87% no níquel, 0,30% no cobre, 0,87% na soja, 0,93% no milho e 0,13% no trigo.
No Brasil, hoje não é esperada a divulgação de nenhum dado importante. O mau humor dos mercados locais ontem ocorreu devido à notícias políticas, com menor chance de consolidação de candidatos da terceira via e discursos de políticos ligados ao governo indicando que mais uma revisão do teto de gastos pode ocorrer, devido às emergências que o Brasil enfrenta, como as chuvas no estado da Bahia. Além disso a interrupção da reancoragem das expectativas de inflação no relatório Focus do Banco Central também piorou a percepção dos agentes de mercado. Hoje os ativos brasileiros podem se recuperar da queda de ontem, se aproveitando do ambiente global bom, com alta na bolsa, queda nos juros futuros e apreciação do real diante do dólar.