Hoje na Economia – 05/04/2022
As principais bolsas internacionais operam sem direcional claro, exibindo variações modestas nesta manhã de terça-feira. Investidores observam os desdobramentos da guerra na Ucrânia, que podem levar a novas sanções à Rússia por supostos crimes de guerra. As cotações do petróleo sobem, os títulos soberanos recuam, diante dos temores de avanço da inflação e respostas duras por parte dos bancos centrais.
Na Ásia, as bolsas fecharam mistas, sem denominador comum. Os investidores avaliam as sanções adicionais tomadas contra a Rússia, como também as perspectivas para o crescimento da China, diante da manutenção das medidas de lockdown em Xangai. Em um pregão com muita volatilidade, o índice regional de ações MSCI Asia Pacific apurou alta marginal de 0,10% ao final da sessão de hoje. Os negócios ocorreram em meio a baixa liquidez, uma vez que os mercados da China, Hong Kong e Taiwan encontram-se fechados por conta de feriado. Ademais, qualquer tentativa de uma retomada firme dos mercados acionários asiáticos esbarra nas tensões geopolíticas, altas taxas de juros e a política de tolerância zero para Covid adotada pela China, minando o crescimento. No Japão, o índice Nikkei subiu 0,19% em Tóquio e o sul-coreano Kospi registrou ganho marginal de 0,05% em Seul.
Na Europa, as bolsas de ações não mostram um direcional único. Além das questões geopolíticas, diante de novas medidas de sanções a serem aplicadas à Rússia, indicadores divulgados mostram que a economia da zona do euro vem perdendo tração. O índice dos gerentes de compras (PMI) composto da zona do euro caiu de 55,5 em fevereiro para 54,9 em março, vindo pouco acima da prévia divulgada na semana passada. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com alta de 0,23%, impulsionado por empresas de energia renovável, diante das incertezas quanto ao fornecimento de gás natural pela Rússia. Em Londres e em Paris, o FTSE100 e o CAC40 exibem quedas de 0,15% e 0,72%, respectivamente, enquanto em Frankfurt, o DAX opera com alta marginal de 0,04%.
Os juros dos Treasuries operam em alta nesta manhã. O yield do T-Bond de 10 anos subiu cinco pontos base para 2,44%. A inversão da curva de yield americana permanece no radar, sinalizando possível queda da atividade econômica à frente diante da intenção do Fed de efetuar um agressivo aperto monetário para derrubar a inflação. O índice DXY do dólar registra queda, revertendo parte dos ganhos na sessão de ontem. No momento, o índice recua 0,10%, a 98,90 pontos, enquanto o dólar avançava a 122, 86 ienes; o euro subia a US$ 1,0974 e a libra se fortalecia a US$ 1,3139. Além de monitorar o conflito no Leste Europeu, os investidores acompanharão a divulgação de dados econômicos americanos (ISM serviços), bem como as manifestações de dirigentes do Fed (L. Brainard da diretoria do Fed), ao longo do dia.
A expectativa de que os EUA e Europa adotem mais sanções contra a Rússia favorece o mercado de petróleo, que ampliou os ganhos de ontem. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para maio é negociado a US$ 104,18/barril, valorizando 0,87%, no momento.
No mercado doméstico, a novela sobre a indicação do novo presidente da Petrobras prossegue sem sinal de solução à vista. Frente à agenda econômica interna esvaziada, o Ibovespa deve abrir sem direcional claro, em linha com os sinais mistos emitidos pelas principais bolsas internacionais. O real deve permanecer próximo de R$ 4,60/US$, enquanto os juros futuros devem mostrar certa estabilidade nos patamares atuais.